Com o fim do motim de parlamentares bolsonaristas que paralisou os trabalhos do Congresso, projetos fundamentais para o bolso dos brasileiros voltaram a ser discutidos e votados. Neste segunda-feira (7), por exemplo, o plenário do Senado aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036), enquanto a Câmara programa para a próxima semana a votação final da proposta que isenta do IR quem recebe até R$ 5 mil.
O projeto que os deputados devem analisar na próxima semana faz parte da Reforma da Renda e é uma das principais promessas de campanha do presidente Lula (PT), além importante trunfo para alavancar a popularidade do governo. Já aprovado em Comissão Especial da Câmara, o texto prevê ainda uma redução do IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Se passar na Câmara, a proposta seguirá para o Senado. Em caso de nova aprovação, vai à sanção do presidente Lula, com efeitos válidos a partir de 2026.
Tomada do Congresso
Projetos importantes como os que tratam de isenção do IR estavam bloqueados pela tomada das duas mesas do Congresso por parlamentares bolsonaristas, que deflagraram o protesto após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante o motim, os bolsonaristas fizeram pressão pela votação do impeachment de Moraes, da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado e do fim do foro privilegiado.
A rebelião na Câmara terminou na noite de quarta-feira (6), após negociação que incluiu o compromisso do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de discutir a anistia e o fim do foro privilegiado.
No Senado, os trabalhos foram retomados hoje pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP). Na ocasião, o plenário aprovou a isenção do IR para quem ganha até R$ 2 mil. O texto segue para ser sancionado por Lula.