Por: Jorge Vasconcellos

Senado aprova isenção do IR até R$ 3 mil após fim do motim bolsonarista

| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Parlamentares bolsonaristas desocuparam a Mesa Diretora do Senado na manhã desta quinta-feira (7), após dois dias de protesto pela votação da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do fim do foro privilegiado. Momentos depois, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), retomou os trabalhos do plenário, que, de forma simbólica, aprovou o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036). A sessão foi encerrada em seguida.

O projeto repete o teor da Medida Provisória da isenção do IR, encaminhada pelo governo ao Congresso em abril e que perderia validade na segunda-feira (11) se não fosse aprovada hoje. Agora, a matéria segue para a sanção do presidente Lula (PT). Ao todo, cerca de 10 milhões de pessoas serão beneficiadas.

A isenção para quem ganha até dois salários mínimos já estava válida, mas, anualmente, o governo precisa atualizar a faixa com o reajuste do salário mínimo. 

Alcolumbre retomou o controle da Mesa Diretora após se reunir com os líderes e determinar o fim do motim bolsonarista, prometendo “ser duro” com quem desobedecesse. Ele repudiou o protesto e disse que não aceita "intimidações".

Na sessão de hoje foram aprovadas outras pautas, além da isenção do IR, como uma série de acordos comerciais.

Câmara

Na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), reassumiu a Mesa Diretora no fim da noite de quarta-feira (6), após acordo com bolsonaristas que inclui o compromisso de dialogar sobre a anistia e o fim do foro privilegiado. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comandou as negociações, assumindo o protagonismo que deveria ser de Motta.