Confira os espetáculos teatrais que arrebataram plateias. Originalidade e representatividade ecoaram forte nos palcos cariocas e pelo Brasil afora
Atemporada teatral de 2025 nos palcos cariocas foi marcada por uma dramaturgia arrojada, na qual autores aventuraram-se poética e intensamente. Vamos elencar, abaixo, alguns destaques entre os espetáculos encenados por aqui devidamente elencados por categorias.
Dramaturgias poderosas
Gregório Duvivier entrega-nos o seu metafórico "O Céu da língua", Leonardo Netto aposta numa narrativa pungente com seu "O Motociclista no Globo da Morte", Miguel Falabella e sua maestria incessante, presenteia-nos "A Sabedoria dos Pais", Carolina Lavigne e Ricardo Santos investem na humanidade em "O Nome do Rato", Jô Bilac clarifica o jogo teatral em seu "Férias", João Cícero Bezerra revela-nos o seu instigante "Tarde", Oscar Calixto expõe reflexão em seu "Limítrofe", Gustavo Paso alegra-nos com seu metateatro "De Perto Ninguém É Normal", Silvia Gomez retorna com sua poderosa "Lady Tempestade", e Gerald Thomas com sua delirante tragicomédia "Traidor".
Montagens admiráveis
Alguns espetáculos sobressaíram: "O Céu da Língua", "(Um) Ensaio Sobre a Cegueira", "O Som Que Vem de Dentro", "Limítrofe", "O Motociclista no Globo da Morte", "A Sabedoria dos Pais", "De Perto Ninguém É Normal", além de espetáculos notáveis que voltaram em cartaz como "Prima Facie", "Traidor" e "Lady Tempestade".
Atuações de tirar o fôlego
Fernanda Montenegro oferece-nos o retorno das leituras de Nelson Rodrigues e Simone de Beauvoir. Marco Nanini ratifica o seu talento em "Traidor". Othon Bastos personifica teatro em "Não Me Entrego, Não", Gregório Duvivier brilha em "O Céu da Língua", Andréa Beltrão ilumina-se em "Lady Tempestade", Debora Falabella plena em dramaticidade com "Prima Facie", Eduardo Moscovis emociona em "O Motociclista no Globo da Morte", Patrícia Selonk impressiona com sua Winnie em "Dias Felizes", Drica Moraes impagável em "Férias", Eduardo Sterblitch hilariante em "Beetlejuice - O Musical", Carlos Marinho primoroso em "Tarde", Marcio Vito notabilizou-se novamente em "Claustrofobia", André Gonçalves e Daniel Dantas concedem ótimas performances em "Toc Toc", Glaucia Rodrigues repleta de ferramentas em "O Som Que Vem de Dentro", Claudio Gabriel num timing perfeito em "Ela e Algumas Histórias", Bruce Gomlevsky, sempre assertivo em "Raul Seixas, o musical" e "Hamlet", e Anderson Cunha diverte-nos com "De Perto Ninguém É Normal". Yara de Novaes supera-se dirigindo "Prima Facie", Paulo de Moraes instiga na condução de "Dias Felizes", Rodrigo Portella agiganta-se na encenação de "(Um) Ensaio Sobre a Cegueira", Eduardo Barata gratifica-nos idealizando e dirigindo "Haddad e Borghi: Cantam o Teatro Livres em Cena", com os mestres Amir Haddad e Renato Borghi, Gerald Thomas permanece criando rupturas, presenteando o público em "Traidor" e "Choque: Procurando Sinais de Vida Inteligente", a ótima Cia Epigenia, que acerta em investir no humor, além dos musicais que continuam encantando nossos palcos.
Cenografias, figurinos, trilhas e gestão
Nello Marrese cenografa com extremo bom gosto "A Manhã Seguinte" e "O Som que Vem de Dentro", André Cortez acerta em "Djavan, o musical", Gustavo Paso ambienta seu "De Perto Ninguém É Normal" engenhosamente. Marcelo Olinto veste com exatidão o elenco de "Os Mambembes", Ana Luzia de Simoni reluziu em "O Céu da Língua" e "O Motociclista no Globo da Morte", Frederico Puppi impõe-se na direção musical de "(Um) Ensaio Sobre a Cegueira" e Marcelo Alonso Neves domina em "A Manhã Seguinte" e "Sábado". As produções requintadas de Edson Fieschi e Luciano Borges, além do festival de teatro que o gestor cultural Rafael Raposo elaborou no teatro Gláucio Gil fizeram toda a diferença.