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INB recebe e transporta carga de urânio enriquecido

Transporte de material é feito pela INB e seguindo à risca protocolos de segurança | Foto: Divulgação/INB

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com unidade em Resende, concluiu nesta terça-feira, 22, a recepção e o transporte de 388 varetas de U-Gadolínio, com pastilhas enriquecidas a 2,90% e 4,25% de U-235, para confecção de elementos combustíveis para a 21ª recarga da usina nuclear Angra 2. O material veio de Rotterdan, na Holanda, e foi fabricado pela empresa Framatome, na Alemanha.

A carga foi transportada do porto do Rio de Janeiro, sob escolta, para a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende. As varetas estavam acondicionadas em um contêiner. O transporte foi realizado inteiramente pela INB, seguindo à risca os protocolos estabelecidos nos planos previamente aprovados pelos órgãos reguladores e de fiscalização, com foco na proteção da carga, da população e do meio ambiente.

A operação envolveu a cooperação integrada de diversas instituições estratégicas, como o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), através do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR), Centro Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (Cenagen), além da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cesportos-RJ, Ministério da Defesa e Guarda Portuária do RJ.

Varetas

Na INB, as varetas de gadolínio são utilizadas para a fabricação dos elementos combustíveis nucleares que abastecem os reatores das usinas de Angra 1 e Angra 2, da Eletronuclear. As varetas de gadolínio são elementos absorvedores de nêutrons usados para controlar a reação de fissão nuclear nos reatores. A função delas é auxiliar para a manutenção na operação segura e estável das usinas, com o controle da reatividade inicial, queima progressiva e melhoria da distribuição de potência. A vida útil do combustível também é prolongada com a utilização das varetas de gadolínio.

Recarga

A recarga é uma etapa planejada e fundamental para o funcionamento das usinas nucleares. Em Angra 2, o processo ocorre a cada 14 meses, quando aproximadamente um terço dos elementos combustíveis do reator é substituído. Cada elemento permanece em operação por três ciclos, assegurando eficiência energética, segurança nas operações e continuidade na geração de energia limpa e estável.

Usinas em operação

Atualmente estão em operação no Brasil as usinas Angra 1, com capacidade para geração de 640 megawatts elétricos, e Angra 2, de 1350 megawatts elétricos. Já Angra 3 está com as obras paralisadas e depende de decisão do governo federal com relação ao seu futuro.

Uma ala defende as continuidades da construção, enquanto outra é favor da suspensão. Detalhe: tanto a continuidade quanto a paralisação envolvem praticamente o mesmo valor de investimento: algo em torno de nada menos do que R$ 23 bilhões.