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Eletronuclear anuncia fim de transporte universitário

Por Ana Luiza Rossi

Após o tempo de prorrogação, a Eletronuclear anunciou o fim do transporte que era oferecido para moradores que estudam em universidades de Angra dos Reis, Barra Mansa e Volta Redonda. A estatal anunciou, em fevereiro, que manteria o serviço, a pedido do Governo Municipal, mas somente até 24 de julho.

Inicialmente, o benefício iria terminar em fevereiro. Sem nenhum aviso prévio, pelo menos 100 alunos foram pegos de surpresa. Após movimentos e ações em frente a Câmara Municipal de Angra dos Reis, o prefeito Claudio Ferreti conseguiu a prorrogação do transporte para o fim do primeiro semestre, após negociações com o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.

Segundo a empresa, na época, a suspensão do transporte foi incluído como uma das medidas implantadas pela direção da Eletronuclear para fortalecer a sustentabilidade financeira da empresa para viabilizar a continuidade da construção da usina nuclear de Angra 3.

A estatal também justificou que, originalmente, a existência do serviço se deu devido a inexistência de universidades na região da Costa Verde, que hoje, não é mais o caso. Dentro deste contexto, a empresa decidiu por finalizar o benefício.

Estudantes novamente desamparados

O período que o serviço foi prorrogado, em tese, serviria para que a prefeitura de Angra dos Reis e os alunos pudessem ter tempo hábil para encontrar outras alternativas de locomoção. Mas, passados 4 meses desde a negociação, novamente os estudantes voltaram a ficar desamparados.

Com o anúncio do fim do transporte, dezenas de usuários do transporte foram as redes sociais para falar sobre o novo aviso.

- Mais uma vez estamos desamparados. E antes que venham falar, a prefeitura afirmou que precisavam de 2 meses para resolver sobre o ônibus e, resumindo, não deu em nada. Agora mais de 120 alunos desamparados - afirmou uma moradora. Outro comentário, também publicado nas redes sociais, uma mulher afirmou que precisou adiar o sonho de cursar na faculdade devido o encerramento do serviço.

Na época, a Redação do Correio Sul Fluminense apurou que os alunos investiam cerca de R$ 180,00 para ter acesso ao transporte e chegaram a orçar a condução com outras empresas. O valor, no entanto, era exorbitante: era necessário desembolsar valores entre R$ 900 e R$ 1.300, além do valor que investiam na universidade no caso de alunos de instituições privadas.

Projeto de lei

Com as proporções do caso, o representante do Republicanos Jovem, Edson Cavalcanti, filho do vereador de Angra dos Reis, Thimoteo Cavalcanti, revelou ao Correio Sul Fluminense que, na época, havia feito o pedido do reforço à prefeitura e Eletronuclear, junto ao mandato de Thimoteo, para prorrogar o tempo de encerramento do benefício.

- Nesse meio tempo, a Secretaria Municipal de Juventude informou aos alunos que queria pelo menos 2 meses para fazer adequações para conseguir um ônibus. Mas até agora nada - afirmou.

A intenção para tentar reverter o caso é levar ao Legislativo um Projeto de Lei (PL) que obrigaria o município de Angra dos Reis a oferecer o transporte gratuito universitário, além do atual Programa Transporte Social Universitário do município, que possui vagas limitadas.

Sem resposta

O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura de Angra dos Reis para entender se há alguma nova tratativa, projeto ou estudo para realizar a condução dos universitários. No entanto, até o momento do fechamento desta reportagem, por volta de 20h, não houve retorno.