Por: Richard Stoltzenburg - PETR

Assembleia pode definir fim da greve em Nova Friburgo

28 dos 32 funcionários do CDD Nova Friburgo aderiram à greve | Foto: Divulgação

Por Redação

 

A greve de funcionários do CDD de Nova Friburgo (Centro de Distribuição dos Correios), já completa 30 dias. Uma assembleia, marcada para esta quarta-feira (27), vai definir sobre a continuidade ou não da paralização. Até o momento, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), os Correios não apresentaram nenhuma proposta que atendesse plenamente a categoria.

Na última segunda-feira (25), os funcionários em greve do CDD de Nova Friburgo participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), promovida pela Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social. A audiência debateu os problemas recorrentes registrados em unidades dos Correios, confirmados por autos de infração emitidos pela fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE-RJ). Desde janeiro de 2024, segundo informado na audiência, os Correios receberam 98 autuações, relacionadas, principalmente, a condições mínimas de conforto e segurança, como banheiros inadequados, locais de refeição precários, falta de conforto térmico e acústico, entre outras situações.

Objetos paralisados

Até o momento, cerca de 140 mil objetos parados no CDD de Nova Friburgo, apesar do plano de contingência acionado pelos Correios para realizar as entregas afim de manter os serviços para a população.

A unidade de distribuição conta com 32 funcionários, sendo que 28 aderiram à greve. Segundo o secretário do interior do Sintect-RJ, Leônidas da Silva, uma das principais reivindicações é a contratação imediata de novos trabalhadores para o CDD. "Hoje há um déficit de 19 funcionários no centro de distribuição, o que acarreta em sobrecarga dos trabalhadores, além de acúmulo de trabalho", explicou. Até o momento, segundo ele, a proposta inicial dos Correios foi reiterada na última assembleia, mas não atendeu as expectativas dos trabalhadores.

Segundo a presidente da Comissão, deputada Dani Balbi (PCdoB), a piora sensível nas condições de trabalho dos Correios é consequência da falta de investimento e da ausência de modernização da empresa. Durante a audiência, foi proposta a criação de uma minuta de resoluções a ser encaminhada pela Alerj ao Ministério do Trabalho para estabelecer um calendário de fiscalização e melhorar a comunicação no acolhimento de denúncias. A deputada também sugeriu, no âmbito da Comissão de Trabalho, o direito de greve aos trabalhadores dos Correios e o envio de ofício de solicitação de esclarecimento ao Ministério Público Federal sobre ações judiciais ligadas a salários, férias e acesso a planos de saúde.