A Prefeitura iniciou as obras do Centro Cultural Rio-Áfricas, que reforça a Pequena África como território de memória e resistência, nesta sexta-feira (21). O prefeito Eduardo Paes (PSD) destacou que o objetivo é "narrar essa conexão entre a formação do Rio e o povo africano" e transformar a região em polo turístico.
O projeto, assinado por Marcus Vinicius Damon e vencedor de concurso da CCPar com o IAB-RJ, foi escolhido entre 36 propostas de arquitetos negros. Construído no antigo terreno da Pró-Matre, cedido pela Cury como contrapartida, o equipamento terá três pavimentos, pátio arborizado e fachada inspirada em tramas africanas, com vista para o Cais do Valongo.
Para o secretário Osmar Lima, o centro "soma-se a um vasto e contínuo esforço de revitalização" do Porto Maravilha. Já o secretário Lucas Padilha afirmou que "não há cultura brasileira que não demonstre reverência ao continente africano", destacando exposições de alcance global e atividades formativas.
Paes acompanhou a derrubada de parte da estrutura da antiga Pró-Matre, na Av. Venezuela, primeira etapa do processo de construção.
Praça Onze Maravilha
Com investimento de R$ 1,75 bilhão, o Praça Onze Maravilha vai transformar o entorno do Sambódromo e reconectar Centro, Estácio e Catumbi após a demolição do Viaduto 31 de Março. O projeto prevê novas vias, calçadas mais largas, áreas verdes, um mergulhão e a chegada da Biblioteca dos Saberes, assinada por Francis Kéré.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, "temos a responsabilidade de estar à altura, no presente, do legado de uma cidade que canta e conta suas histórias". A iniciativa terá financiamento privado e deve atrair mais de 100 mil novos moradores. A nova praça, inspirada no Porto Maravilha, reforça memória, mobilidade e cultura na Pequena África.
Após o anúncio, Paes, o vice-prefeito Cavaliere e Kéré participaram de um cortejo que percorreu o Sambódromo até o Monumento Zumbi, acompanhado pela Bateria da Estácio de Sá e pelo tradicional Cortejo da Tia Ciata.