A Alerj discutiu, nesta quarta (12), o Projeto de Lei Complementar 40/2025, do Executivo, que autoriza o governo estadual a negociar 62 imóveis públicos. Entre as áreas listadas estão o Complexo do Estádio do Maracanã, a Aldeia Maracanã, o Estádio Nilton Santos e o prédio da Central do Brasil. O objetivo é arrecadar até R$ 5,5 bilhões e reforçar o caixa estadual.
Relator da matéria, o deputado Alexandre Knoploch (PL) afirmou que "só os imóveis que o governo do Estado pode vender podem gerar até R$ 2,7 bilhões". A inclusão do Maracanã no texto surgiu após reunião com o presidente do Flamengo. "O estádio na Leopoldina teria mais dificuldade de receber grandes públicos. O Maracanã é o local ideal, capaz de impulsionar hotéis e shoppings no entorno".
Knoploch defendeu ainda a venda do Estádio Nilton Santos e das rodoviárias de Niterói, Nova Iguaçu, Friburgo e Novo Rio. "Não faz sentido o Estado arcar com essas áreas quando empresas privadas podem comprar e administrar. Não há lógica o Estado ter essa quantidade de imóveis". Durante a sessão, o parlamentar propôs também a venda do prédio da Central do Brasil: "um imóvel antigo, sem uso e que custaria muito aos cofres públicos".
Deputados devem rever imóveis listados
O deputado Luiz Paulo (PSD) destacou que o texto passou por mudanças na CCJ. "Foram retirados imóveis como o Estádio Caio Martins e incluídos outros, como o terreno da Uerj e o Maracanã." O parlamentar se opôs à venda do estádio. "O Maracanã é patrimônio do Estado e bem tombado pela União."
Já Rodrigo Amorim (União) defendeu a modernização do complexo esportivo. "Queremos rever uma legislação antiquada para tornar o Maracanã mais atrativo". Enquanto Marina do MST (PT) alertou que "a venda dos imóveis gera recursos imediatistas, mas não de qualidade", criticando a inclusão da Aldeia Maracanã.
Carlos Minc (PSB) também se opôs. "Quer vender alguns imóveis, tudo bem, mas não pode ser uma Black Friday (...) imóvel público não pode ser vendido na xepa da demagogia". A estimativa é que Estado possui cerca de 3.500 imóveis a venda quitaria parte dos R$ 12 bilhões de dívida previstos para 2026.