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Mundo da música em luto

O mundo as artes está de luto pela morte do talentoso pianista Miguel Proença, aos 86 anos, por falência múltipla de órgãos. Ele estava internado na clínica São Vicente, na Gávea. Ele deixa três filhos: Paulo, Daniel e Laura.

Natural do Rio Grande do Sul, Miguel fez sua carreira entre os palcos, a sala de aula e a gestão pública. Foi professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade de Música de Karlsruhe, na Alemanha. Além disso, foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro e da Escola Vila-Lobos entre 1983 e 1988, período em que fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio; dirigiu a Sala Cecília Meireles em duas ocasiões: 1987 e entre 2017-2018; e foi, em 2019, diretor da Funarte, onde ficou por poucos meses, após o pianista ter se unido a outros representantes da classe artística em defesa da atriz Fernanda Montenegro, que foi chamada de "sórdida" e "mentirosa" pelo dramaturgo Roberto Alvim, então diretor do Centro de Artes Cênicas da instituição.

Carreira musical

Na juventude, estudou piano em Hamburgo e Hannover, na Alemanha. De volta ao Brasil, se estabeleceu no Rio e se concentrou em tocar compositores nacionais, como Alberto Nepomuceno, César Guerra-Peixe, Edino Krieger, Ernesto Nazareth, Oscar Lorenzo Fernández, Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos. Em 2005, lançou "Piano brasileiro", uma série de dez CDs que apresentam sua interpretação de autores clássicos.

Proença gravou mais de 30 discos e colaborou com músicos renomados, como o violinista italiano Salvatore Accardo e o flautista francês Jean-Pierre Rampal. Também trabalhou com a atriz Bibi Ferreira.