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Lei contra a violência doméstica

A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e Cuidados lança, nesta terça-feira (10), uma iniciativa para apoiar a implementação da Lei Municipal nº 8.913, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes em maio de 2025.

A nova legislação obriga síndicos e administradores de condomínios residenciais e comerciais a comunicarem às autoridades competentes casos de violência doméstica ocorridos nas dependências dos condomínios.

"Queremos transformar síndicas, síndicos e funcionários em aliados da rede de proteção. A maior parte dos feminicídios começa com o silêncio. A omissão também mata e os condomínios não podem ser territórios de cumplicidade. Com essa lei, o Rio transforma escuta em política pública", afirmou a secretária Joyce Trindade.

Os administradores receberão os materiais informativos após o preenchimento de um formulário de cadastro e deverão afixar as mensagens em áreas comuns dos prédios. Os cursos oferecidos abordarão o contexto e os termos da Lei nº 8.913, os diversos tipos de violência doméstica, destacando que nem todas são físicas e quais sinais podem incluir mudanças comportamentais, isolamento e outras formas sutis de abuso.

Além disso, as videoaulas apresentam o funcionamento da rede de enfrentamento da cidade, incluindo centros especializados de atendimento, núcleos de apoio psicológico e jurídico, e programas que promovem a autonomia das mulheres. Administradores de condomínios interessados em participar da iniciativa podem se cadastrar e acessar os materiais e o minicurso por meio do site oficial da secretaria.

A iniciativa surge em resposta à alarmante realidade da violência doméstica, que, segundo dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que 37,5% das mulheres sofreram algum tipo de violência em um período de 12 meses no Brasil, com mais da metade desses casos ocorrendo dentro de casa.

A pandemia de covid-19, conforme demonstrado pelo Instituto Igarapé, exacerbou essa situação, tornando ainda mais urgente a criação de mecanismos de apoio e denúncia para as vítimas que muitas vezes estão isoladas em seus lares.