O percentual de cariocas nas classes D/E caiu 11,6% nos últimos três anos (2023 é o último dado disponível). É o que mostra estudo da Prefeitura do Rio, elaborado por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE). Segundo o levantamento, 285,3 mil pessoas deixaram esse nível de renda na cidade do Rio que, em termos absolutos, foi a capital brasileira que apresentou maior redução desse contingente. No mesmo período, a população carioca da Classe B cresceu 22,3%, com o ingresso de mais 344,2 mil cidadãos, totalizando 1,9 milhão de pessoas nesse grupo - o maior entre as capitais.
O rendimento domiciliar per capita dos cariocas cresceu, em termos reais, 15,6%, passando de R$ 2.936, em 2020, para R$ 3.395, em 2023, já descontada a inflação. O resultado considera a soma da renda do trabalho e de outras fontes, excluindo pensionistas, empregados domésticos ou parentes de empregados domésticos.
De acordo com o levantamento, nesse período, o Rio foi a segunda capital com a maior diminuição de pessoas na Classe C (-74,7 mil), atrás apenas de Salvador-BA (-110,3 mil). Por outro lado, em São Paulo, houve um aumento de 315,5 mil pessoas no grupo, no mesmo período. A Classe C, considerada a Classe Média, corresponde a 32,1% da população do Rio, em linha com a população do Estado do Rio de Janeiro (32,1%) e do Brasil (33,5%).
Já na Classe B, o contingente de pessoas no Rio corresponde a 27,7% da população, 9,2 ponto percentual acima da população do Estado do Rio de Janeiro (18,5%) e 12,9 ponto percentual maior que a registrada no Brasil (14,7%).
No triênio terminado em 2023, houve um aumento de 19,4% da população da Classe A do Rio, com um aumento de 91,8 mil pessoas nesse patamar. Isso significa que o Rio foi a capital que apresentou o maior aumento, em termos absolutos, de pessoas ascendendo para a classe mais alta. Em termos relativos, a população com alto poder aquisitivo é maior no Rio do que em São Paulo, onde 7,5% dos habitantes pertencem à Classe A.
Assim, em 2023, havia 565,3 mil cariocas na Classe A. Esse contingente representa 8,3% da população carioca, mais que o dobro, em termos relativos, da Classe A do Estado do Rio de Janeiro (4,0%) e quase quatro vezes maior que a do Brasil (2,3%).
Outro número do estudo aponta que, nesse período, do total de brasileiros que ascenderam à Classe A (535,6 mil), 17,1% foram de cariocas. No volume de fluminenses que chegaram à classe alta (125,0 mil), o percentual de cariocas foi 73,4%. Por outro lado, em São Paulo, 48,2 mil paulistanos deixaram de pertencer a esse segmento social.
O objetivo do estudo é mostrar como a população carioca está dividida pelas classes de renda, segundo dados da Pnad Contínua Anual do IBGE. De acordo com a definição do estudo, são consideradas Classe A as pessoas cujos rendimentos mensais (salários, aluguéis, transferências, rendimentos de aplicação) de todos os membros do domicílio fiquem acima de R$ 25 mil; Classe B, acima de R$ 8 mil até R$ 25 mil; Classe C, acima de R$ 3,5 mil até R$ 8 mil; e Classe D/E, até R$ 3,5 mil.