Por:

Inflação do RJ perde o ritmo, mas revela 'vilões'da carestia

Por Marcello Sigwalt

A exemplo do que ocorre no restante do país, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no estado do Rio de Janeiro subiu 0,53% em março último, patamar pouco inferior à média nacional, que oscilou 0,56% no período, sob o maior peso de produtos básicos de alimentação, com destaque para os avanços de itens, como o tomate, ovo e o café, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os gêneros de primeira necessidade, o grande vilão da carestia foi o tomate, que saltou 22,55% no mês passado, seguido pelo ovo, que subiu 13,13%, e o café, que ficou 8,14% mais caro.

Ao observar que o grupo alimentos e bebidas respondeu por 52% da inflação de março, medida pelo IBGE, o economista André Braz, do Ibre/FGV revelou que "os alimentos 'in natura' são mais sensíveis às variações do clima. O aumento no preço do tomate, por exemplo, está ligado a essas mudanças".

Outra explicação para a escalada inflacionária dos alimentos diz respeito à onda de calor que marcou o mês de março, o que também aqueceu os preços de hortaliças e frutas.

Agora fica a expectativa de que a chegada do outono contribua para promover o recuo dos preços dos produtos, em paralelo a melhores condições de colheita, a se confirmar nas próximas semanas.

Em contrapartida, a tendência é de que o preço do café continue subindo nos próximos meses.

"É mais difícil prever quando esses preços vão recuar, pois dependem de safras mais demoradas", acrescentou André Braz.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de fevereiro para março, ficando entre o 0,10% do grupo Educação e o 1,17% do grupo Alimentação e bebidas, responsável pelo maior impacto (0,25 p.p.) no índice do mês, respondendo por cerca de 45% do IPCA de março.