Por Marcello Sigwalt
Papo zero. É o que informou a Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao constatar a inexistência de qualquer conversa, no celular do delegado Rivaldo Barbosa, com a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018. Barbosa é acusado de ser o mandante da execução da parlamentar carioca.
"Não foram encontrados no aparelho celular apreendido sob a posse de Rivaldo Barbosa de Araújo Junior (...) diálogos encetados com qualquer dos interlocutores mencionados", segundo ofício da PF, enviado a Moraes.
Atendendo pedido da defesa do delegado, o ministro Alexandre de Moraes havia ordenado à PF, na última segunda-feira (10), que esta lhe enviasse supostos diálogos mantidos entre Marielle e Rivaldo, o que não se confirmou, na prática.
Após receber o retorno da corporação, até agora, Moraes não se pronunciou sobre o novo fato. Enquanto o ministro supremo se mantém em silêncio, o delegado da Polícia Civil fluminense continua figurando como um dos réus, na ação penal movida pela Corte, com o objetivo de investigar supostos mandantes da morte de Marielle.
Além do pleito específico, envolvendo eventual contato telefônico da vereadora com o delegado, sua defesa também solicitou a liberação de conversas de Rivaldo com o general Richard Nunes - então titular da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, na época do crime - e com os delegados Giniton Lages, Daniel Rosa e Brenno Carnevale — estes dois últimos atuaram na investigação do assassinato.
De fato, Rivaldo Barbosa se tornou réu, ao ser apontado como um dos mentores do crime pelo ex-policial Ronnie Lessa - autor confesso da morte de Marielle - após acordo de delação premiada. Pela versão de Lessa, o delegado teria oferecido garantias aos mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, de que a investigação não os alcançaria.