Por: Gabriela Gallo

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro, mas nega prisão domiciliar

Bolsonaro precisa realizar cirurgia para corrigir duas hérnias | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (19), o resultado do laudo pericial referente aos exames do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que está preso na Superintendência da PF desde 22 de novembro após ser condenado pela Primeira Turma do Supremo por tentativa de golpe de Estado.

No documento, os peritos confirmaram que o ex-presidente precisa passar por uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, como fora solicitado pelos médicos de Bolsonaro anteriormente. No mesmo dia, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relator do processo, autorizou a cirurgia de Jair Bolsonaro.

“Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado JAIR MESSIAS BOLSONARO é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo. No tocante ao quadro de soluços, o bloqueio do nervo frênico é tecnicamente pertinente”, apontou o relatório da PF.

No documento, os profissionais ainda recomendaram que o procedimento cirúrgico fosse realizado “o mais breve possível, haja vista a refratariedade aos tratamentos instituídos, a piora do sono e da alimentação, além de acelerar o risco das complicações do quadro herniário, em decorrência do aumento da pressão intra-abdominal”.

Jair Bolsonaro realizará o procedimento no Hospital DF Star, na capital federal. Agora, cabe à defesa dele informar a data do procedimento e ele poderá seguir, com autorização prévia.

Hérnias inguinais são protuberâncias na virilha, causadas quando há uma fraqueza dos músculos abdominais que resultam em inchaços visíveis. Além do inchaço, outros sintomas são dores e desconfortos, especialmente ao tossir, levantar peso ou fazer algum esforço. Se não tratados, o conteúdo abdominal pode ficar preso (encarcerado) e ter o suprimento sanguíneo cortado (estrangulamento), o que pode levar à morte do tecido (necrose).

Prisão domiciliar

Além do pedido para a realização da cirurgia, os advogados de defesa do Bolsonaro também solicitaram ao ministro-relator que o condenado fosse transferido para prisão em regime domiciliar, alegando “incompatibilidade do ambiente prisional com a condição de saúde do Peticionário”.

Além da realização da cirurgia, Moraes também autorizou o ex-presidente a realizar fisioterapia na prisão. O magistrado, porém, negou o pedido de transferir o detento para prisão domiciliar.

“Jair Messias Bolsonaro mantém plenas condições de tratamento de saúde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre pena, em condições absolutamente similares àquelas que possuía na cumprimento da prisão domiciliar em seu endereço residencial, com prévia e genérica autorização judicial para acesso integral de todos os seus médicos, independentemente de dia ou horário”, determina a decisão de Moraes.