Por: Rudolfo Lago

Popularidade de Lula cai, e ele empata com Tarcísio e Michelle

Desaprovação de Lula aumenta e complica suas chances de reeleição | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Depois de ter experimentado melhora nos seus índices de aprovação desde setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a amargar queda na sua popularidade. Seu índice de desaprovação voltou a ser maior do que o de aprovação, o que não acontecia desde agosto, de acordo com a pesquisa AtlasIntel feita em parceria com a Bloomberg. Na pesquisa divulgada nesta terça-feira (2), Lula tem uma desaprovação de 50,7% contra uma aprovação de 48,6%.

Em agosto, última vez em que isso tinha acontecido, a desaprovação de Lula era de 51%, contra uma aprovação de 47,9%. A partir daí, num período que coincidiu com as ameaças e sanções feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros, Lula viu sua popularidade subir.

Em setembro, tinha 50,8% de aprovação e 48,3% de desaprovação. Em outubro, sua aprovação subiu para 51,2%, e a desaprovação caiu para 48,1%. Agora, a aprovação caiu dois pontos percentuais, e a desaprovação subiu.

Para 48,6% dos entrevistados, o governo Lula é “ruim ou péssimo”. E 44,4% o acham “ótimo ou bom”. Se as reações ao tarifaço de Trump tinham motivado antes a subida de Lula, agora a queda parecer relacionada à visão quanto à segurança pública, após a operação policial no mês passado nos Complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro.

Eleições

Naturalmente, a queda na popularidade reflete no desempenho eleitoral de Lula, que em 2026 pretende disputar a reeleição como presidente. Agora, em três simulações de segundo turno, o presidente aparece empatado tecnicamente com seus adversários. Um deles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, não irá concorrer: está inelegível e preso na sede da Polícia Federal em Brasília. Mas os outros dois são eventuais adversários.

Nos três casos, o resultado eleitoral seria o mesmo. Contra Bolsonaro, Lula teria 49% no segundo turno e o ex-presidente, 47%. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a mesma situação: 49% contra 47%. E os mesmos 49% contra 47% numa eventual disputa de segundo turno entre Lula e Michelle.

A persistência da mesma situação nas três simulações parece apontar para uma percepção do eleitor que todas as alternativas hoje significam um voto contra Lula. Ou seja, os eleitores que não querem ver Lula reeleito reagem da mesma forma quanto a qualquer um dos três nomes. E Lula parece ter em 49% o seu teto.

Numa eventual disputa contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Lula mantém os 49%, e Zema fica com 41%. O mesmo numa eventual disputa contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil): 49% contra 41%. Contra o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), o mesmo teto: 49% contra 40%. Contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), Lula fica com 47%, mas Leite alcança somente 28%.

Primeiro turno

Lula, porém, vence em todos os cenários de primeiro turno, embora sem chances de resolver já na primeira volta a eleição. No primeiro cenário testado, o presidente tem 48,4%; Tarcísio, 32,5%; Caiado, 5,7%; Zema, 2,3%, e Renan Santos (Missão), 1,9%.

Entrando Michelle no lugar de Tarcísio, Lula tem 48,7%, e ela 28,6%. Caiado fica com 9,4%. Ratinho Jr, 5%. Zema, 4,4%. E Renan, 2,1%.

Num cenário sem Tarcísio nem Michelle, Lula tem 48,5%. Ronaldo Caiado, 16,9%. Ratinho Jr., 12,6%. Zema, 9,5%. E Renan Santos, 2,6%.

Sendo o adversário o senador Flávio Bolsonaro (PL), Lula tem 47,3%, e ele 23,1%. Caiado tem 10,2%. Ratinho Jr., 7.1%. Zema, 5%. Renan, 2,1%. E Eduardo Leite, 1,1%.

Numa simulação na qual o candidato do PT seja o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e não Lula, ele lidera com 44,4%. Tarcísio fica com 32,3%. Caiado, 5,6%. Ratinho Jr., 4,2%. Zema, 2,9%. E Renan, 2%.

O Atlas/Intel ainda simulou a repetição das eleições de 2022, perguntando ao eleitor como ele votaria se os candidatos fossem os mesmos. No caso, Lula aparece com 45,7%. Jair Bolsonaro com 44,8%. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), teria 2,9%. E Ciro Gomes (antes no PDT, agora no PSDB) teria 2,8%. Ou seja, as posições se manteriam iguais.

O Instituto AtlasIntel ouviu 5,5 mil pessoas pela internet, entre os dias 22 e 27 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos.