Por: Thamiris de Azevedo

Crise do BRB/Master impacta política do DF

Ibaneis disputa o Senado e Celina o governo | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

O escândalo envolvendo o Banco Master também atingiu o Governo do Distrito Federal. Neste ano, o governador Ibaneis Rocha (MDB) apoiou e sancionou uma lei que autorizava o Banco Regional de Brasília (BRB) a comprar participação acionária do Master. Em setembro, após avanços e recuos nas tratativas, o Banco Central decidiu não autorizar a operação.

A possibilidade da compra já havia provocado forte reação política, com deputados da oposição criticando o uso de um banco público para adquirir uma instituição considerada à beira da falência. Agora, com a revelação de novos fatos indicando que o BRB teria comprado créditos do Master, que podem alcançar valores bilionários, a pressão contra o governo se intensificou. Oposicionistas ampliaram os ataques e passaram a mirar diretamente Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão (PP. A bancada do PT-DF e a CUT convocaram uma manifestação nesta segunda-feira (24) em frente ao Palácio do Buriti.

Câmaras

Correm simultaneamente dois pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): um na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e outro na Câmara dos Deputados. Ambos buscam apurar os desdobramentos das operações entre o BRB e o Banco Master, além do suposto envolvimento do Governo do Distrito. Até o momento, porém, nenhum dos pedidos tinha o número de assinaturas necessário para efetivar a abertura da comissão.

O advogado Marco Vicenzo, que se apresenta como pré-candidato ao Senado pelo Partido Renovador Democrático (PRD), protocolou um pedido de impeachment contra o governador e a vice na Câmara Legislativa do DF. No documento, ele sustenta que as revelações sobre as operações entre os bancos aponta para violação aos princípios da administração pública e os acusa de crime de responsabilidade. O presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), do mesmo partido de Ibaneis, decidirá sobre a admissibilidade do pedido.

Réus

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) incluiu o governador Ibaneis Rocha e o chefe de gabinete Julian Pinheiro, que também integra o Conselho Fiscal do Banco de Brasília (BRB), como réus em um processo administrativo que investiga as operações realizadas entre o BRB e o Banco Master. A apuração permanece sob sigilo.

O “rolo” pode atrapalhar o jogo político de Ibaneis e Celina para as eleições de 2026. Ibaneis quer uma vaga no Senado e Celina mira o Buriti.