O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu, na quinta-feira (6), em Belém, mais de 40 chefes de Estado para a Cúpula de Líderes - encontro preparatório da 30ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas, a COP30, que inicia, oficialmente, na segunda-feira (10) e vai até o dia 21 de novembro.
Outras autoridades brasileiras participaram, ao lado de Lula, da cúpula, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Também presente o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres.
Na abertura do evento, Lula disse que a comunidade internacional precisa “levar a sério” os alertas científicos sobre as mudanças climáticas. Ele ainda ressaltou que em 2024 a média global de temperatura ultrapassou 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, e que os cientistas indicam que esse aumento pode se estender por décadas, embora a meta do Acordo de Paris de manter o aquecimento abaixo desse limiar não deva ser abandonada.
“Por isso, a COP30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la. Para o Brasil, a COP 30 será o ponto culminante de um caminho pavimentado ao longo de nossas presidências do G20 [grupo que reúne os ministros da Fazenda e os presidentes dos bancos centrais das 19 principais economias do planeta, além da União Africana e da União Europeia] e do Brics [grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e outros países]”, disse Lula.
Transição
Lula enfatizou que os governos, empresas e cidadãos precisam agir agora: acelerar a transição energética, proteger ecossistemas naturais, como florestas, oceanos, e mobilizar recursos para viabilizar essas mudanças. Ele também falou sobre “justiça climática”: argumentou que não se pode enfrentar a crise do clima sem lidar com desigualdades internas e entre países, e que rivalidades geopolíticas e conflitos armados desviam atenção e recursos que deveriam ir ao enfrentamento do aquecimento global.
“A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva”, declarou.
O evento reuniu chefes de Estado e representantes de mais de uma centena de países. Entre os presentes estão nomes como Emmanuel Macron, da França, Cyril Ramaphosa, da África do Sul, e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, reforçando o peso diplomático da conferência. Apesar da ampla adesão internacional, algumas ausências importantes foram registradas, como a do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a do argentino Javier Milei.
O chefe de Estado brasileiro também cumpriu agendas bilaterais. Pela manhã, Lula se encontrou com o príncipe William e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Durante à tarde, o encontro foi com o presidente francês Emmanuel Macron.O Brasil vê França e Reino Unido como parceiros centrais para viabilizar recursos voltados à redução dos efeitos da crise climática e ao avanço da transição energética.