A Divisão de Falsificações e Defraudaçõe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em ação coordenada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do DF deflagrou, nesta terça-feira (4), uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada no "golpe do falso advogado".
Segundo informações das autoridades policiais do DF, a operação resultou no cumprimento de dez mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Guarulhos (SP). A operação também contou com o apoio das forças de segurança locais.
As investigações revelaram que a quadrilha agia de forma estruturada, utilizando recursos tecnológicos e engenharia social para fraudar e alcançar dezenas de vítimas na capital federal. Segundo a PCDF, apenas no primeiro semestre deste ano, foram cerca de 30 ocorrências registradas, totalizando um prejuízo aproximado de R$ 1,4 milhão.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de contas bancárias, valores financeiros, eletrônicos e veículos de luxo. Os bens apreendidos serão periciados e poderão ser revertidos em favor das vítimas. As investigações prosseguem.
Golpe
O Correio da Manhã, em reportagens anteriores, já havia conversado com especialistas sobre o golpe. Geralmente, os bandidos obtêm as informações a partir dos dados públicos de processos judiciais. Eles se passam por advogados para contatar as vítimas, informando sobre uma suposta vitória judicial. Criando um cenário de urgência, solicitam transferências imediatas de valores elevados para supostamente cobrir custas processuais ou honorários, convencendo as pessoas a depositar o dinheiro antes que pudessem verificar a autenticidade das informações.
À reportagem, o presidente da OAB/DF, Paulo Maurício Siqueira, destaca que esse crime é, também, contra a advocacia.
“Seguimos trabalhando com as autoridades no combate do crime contra o falso advogado e acompanhamos hoje as prisões realizadas. São crimes praticados contra a sociedade e contra a advocacia. Não conhecemos nenhum advogado e advogada envolvido nesses absurdos. Estamos trabalhando para restringir o acesso aos dados, controlar melhor o acesso aos processos e com isso combater essa fraude que tinha atingido a todos e todas”, afirma.