Apesar dos altos índices de desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo do ano, a gestão aparenta ter revertido a situação. Segundo a Pesquisa Pulse Brasil Latam, realizada pelo instituto AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com 51,2% de aprovação perante 48,1% de desaprovação e 0,6% de pessoas que não souberam responder.
A pesquisa, realizada entre os dias 15 de outubro e 19 de outubro, ouviu 14.063 pessoas, com mais de 16 anos. O levantamento tem 95% de aprovação e a margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos. Essa é a primeira vez que Lula apresenta um quadro positivo com aprovação de mais da metade da população, ainda em que pouco acima da metade.
Por outro, o levantamento ainda aponta uma polarização na gestão deste terceiro mandato de Lula. Segundo a Pesquisa, 48% dos entrevistados consideram o governo “ótimo/bom”, 47,2% consideram “ruim/péssimo” e 4,8% consideram “regular”.
Dentre os feitos do governo desde 2023, que enfrentaram mais desaprovação do que aprovação são: o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre certas operações, com 49% de desaprovação e 41% de aprovação; a cota de emprego para detentos em regime semiaberto/ex-detentos em licitações públicas, com 44% de desaprovação e 34% de aprovação; e o Imposto sobre compras de até US$ 50 (cerca de R$ 300) em sites no exterior (conhecido como “imposto das blusinhas”), com 57% de desaprovação e 33% de aprovação.
Em comparação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), todos os setores questionados consideram melhor do que a gestão anterior. Porém, apresentaram níveis de polarização os setores de: impostos e carga fiscal (44% acham que está melhor e 46% acham que está pior), responsabilidade fiscal e controle de gastos (48% acham que está melhor e 46% acham que piorou) e, principalmente, segurança pública (45% acham que melhorou e 44% avaliam que está pior).
Eleições
Em viagem à Indonésia, o presidente Lula confirmou que disputará sua reeleição na corrida eleitoral em 2026. A declaração foi realizada na madrugada da última quinta-feira (23). Confirmada sua candidatura, a pesquisa aponta que o petista, hoje venceria a disputa ainda no primeiro turno.
Em um primeiro cenário eleitoral, Lula venceria o primeiro turno com 51,3% das intenções de voto, seguido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) em segundo lugar com 30,4% das intenções de voto.
Em um segundo cenário em que Tarcísio não disputasse a Presidência da República e focasse em sua reeleição para o governo de São Paulo, Lula venceria novamente no segundo turno com 51% das intenções de votos. Em segundo lugar ficaria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 26,2% das intenções de voto. E em um terceiro cenário, sem Tarcísio e Michelle, Lula continuaria com 51% das intenções de voto e o segundo colocado na corrida presidencial seria o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Bolsonaro
A vitória no primeiro turno considera que o ex-presidente Jair Bolsonaro não pode concorrer à presidência no próximo ano – ele foi condenado a oito anos de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, somadas às condenações de inelegibilidade pelos próximos 35 anos em função da condenação na ação penal do plano de tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, a pesquisa questionou os entrevistados que, se os mesmos candidatos que disputaram em 2022 no primeiro turno concorressem ao cargo, em quem eles votariam atualmente. Lula ainda saiu na frente com 48,8% das intenções de voto e Bolsonaro em seguida, com 41,3% nas intenções de voto. Assim, caso Bolsonaro pudesse disputar, sua candidatura levaria a eleição para o segundo turno.
Apesar de Lula ter confirmado que concorrerá em 2026, a pesquisa ainda considerou um cenário em que ele não disputaria a Presidência e o representante do governo fosse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesse cenário, Haddad também sairia na frente no primeiro turno, com 43,1% de intenções de voto para o atual ministro da Fazenda e 30,1% de intenções de voto para Tarcísio de Freitas.