A Justiça italiana divulgou nesta quinta-feira (27) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa desde julho no país europeu, seguirá em regime fechado enquanto aguarda o processo de extradição. A Corte de Apelação de Roma considera que há "grau máximo de risco de fuga" caso a parlamentar seja autorizada a aguardar a decisão em liberdade.
"O colegiado considera que não se pode hoje acolher o pedido de liberdade apresentado pela interessada , pois a eventual aplicação de uma medida mais branda em relação à custódia em prisão não permitiria conter o perigo de que a pessoa possa subtrair-se ao presente procedimento de extradição", diz o documento, assinado por três juízes italianos.
O advogado de Zambelli, Pieremilio Sammarco, considera a manutenção da prisão injusta e afirmou que irá recorrer.
A publicação da Corte de Apelação de Roma foi divulgada um dia após a deputada federal passar pela terceira audiência a respeito do processo de extradição. Os juízes analisaram laudos médicos que atestam boas condições de saúde para a manutenção da prisão no complexo de Rebibbia, nos arredores de Roma. O advogado da congressista alegava que ela não poderia permanecer em regime fechado devido a um problema no coração e a um tumor cerebral retirado há alguns anos.
Na terça-feira (26), a Corte de Apelação concluiu que o estado de saúde de Zambelli é compatível com a manutenção de sua prisão cautelar.
Prisão de Zambelli
A parlamentar foi presa cautelarmente em 29 de julho na Itália, para onde fugiu após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por ser considerada autora intelectual da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli usou sua dupla cidadania italiana, mas foi detida pela polícia do país europeu depois de ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, a pedido do STF.
Na semana passada, a deputada foi condenada mais uma vez pelo Supremo, em um processo relativo ao episódio em que ela perseguiu de arma em punho um homem pelas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Nesse caso, a sentença foi de cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Ainda cabe recurso.