Faltando uma semana para o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos oito réus que integraram o núcleo principal do plano de tentativa de golpe de Estado, agendado para a próxima terça-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes determinou o monitoramento na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – réu do núcleo principal que está preso preventivamente em prisão domiciliar. A decisão do ministro foi publicada nesta terça-feira (26).
Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou o monitoramento integral de maneira a impedir uma eventual fuga do ex-presidente, tal como garantir que as medidas cautelares impostas sejam cumpridas. Ao aceitar o pedido da PGR, o ministro determina que a Polícia Penal do Distrito Federal deverá realizar o monitoramento policial em tempo integral no endereço do ex-presidente.
“O monitoramento realizado pelas equipes da Polícia Penal do Distrito Federal deverá evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança; ficando ao seu critério a utilização ou não de uniforme e respectivos armamentos necessários à execução da ordem”, escreveu Moraes
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Andrei Passos Rodrigues, solicitou que o ministro-relator da ação no Supremo autorize que uma equipe policial realize o monitoramento dentro da casa de Jair Bolsonaro. Moraes ainda precisa se manifestar sobre o caso.
“Referida ação, para garantir eficácia, demandaria uma fiscalização minuciosa, por exemplo, de todos os veículos que saíssem do condomínio, o que poderia gerar um grande desconforto, em contrassenso ao que propõe a PGR. Como alternativa a essa medida, e maneira de garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24 horas no interior da residência, como há precedentes”, escreveu o diretor-geral da PF.
Sucessor
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve indicar seu substituto para disputar a Presidência em 2026 depois de ser julgado no Supremo Tribunal Federal. Ele deu a informação durante entrevista à imprensa nesta segunda-feira (25), após o evento de aniversário de 20 anos do partido Republicanos, em Brasília.
A priori, o nome mais forte para representar a direita na próxima disputa eleitoral é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Contudo, para o Correio da Manhã a analista política na BMJ Consultores Associados Raquel Alves avaliou que, apesar de aliado de Tarcísio, Bolsonaro deve apadrinhar alguma figura política ligada à sua família.
“Com a expectativa de permanência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos e diante da preferência do ex-presidente de concentrar a sucessão em um dos filhos, cresce a avaliação de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) será o nome da família nas urnas em 2026. O que resta em dúvida é se o nome do senador será lançado para uma candidatura própria, em um cenário de campo oposicionista pulverizado, ou se ele seria lançado como vice numa chapa da direita unificada. Um nome Bolsonaro na disputa é naturalmente competitivo”, avaliou a analista política.
