Seguem as estratégias do governo federal para amenizar os impactos das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump (Republicano), a produtos brasileiros, que está em vigor desde o dia 6 de agosto. E, em meio às iniciativas do governo – que vem sendo coordenadas em sua maioria pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço – o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teceu elogios sobre a sua atuação nesta quinta-feira (21) .
Durante a cerimônia de abertura do 9º Salão de Turismo, em São Paulo, Haddad destacou que Geraldo Alckmin “tem dado um show de dignidade nas tratativas do Brasil com os Estados Unidos” e ressaltou a importância de se ter um governante de “cabeça erguida” representando o país.
“É muito importante ter uma pessoa que não abaixe a cabeça para o grito e para o desaforo. Uma pessoa que sabe se colocar, que sabe defender os interesses nacionais, uma pessoa que sabe a importância que o Brasil tem no mundo. Porque sem o respeito nós não vamos trazer turista para cá, nós não vamos trazer investimento para cá, nós não vamos trazer as atenções do mundo para o potencial do Brasil”, afirmou o ministro da Fazenda.
Ele ainda reiterou que “quando o turismo vai bem”, é um indicador econômico positivo, que representa “um país um pouco mais justo”.
“Quando sobra um dinheiro para fazer turismo é porque essa família já conseguiu honrar boa parte dos seus compromissos rotineiros, já pagou a conta da luz, já pagou a escola do filho, já pagou a água. Então, quando o turismo vai bem, é sinal que o desemprego está em baixa, que a inflação está sendo controlada, é sinal que a renda do trabalhador, sobretudo das camadas de até quatro ou cinco salários mínimos, está prosperando”, disse Haddad.
Congresso
Geraldo Alckmin entregou ao Congresso Nacional, na quarta-feira (20), as principais propostas legislativas do governo em defesa das exportações brasileiras. As medidas foram entregues ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Dentre as prioridades do governo para tratar do tarifaço estão a Medida Provisória (MP) 1309/25, que cria o Plano Brasil Soberano para mitigar os impactos tarifários e o projeto de lei complementar (PLP) que estabelece o Novo Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários). O projeto aumenta o percentual de restituição de tributos federais a empresas afetadas. O vice-presidente pediu ao presidente da Câmara urgência de tramitações de projetos.
“A Medida Provisória estabelece o crédito, fundo garantidor, compras governamentais e drawback [regime aduaneiro especial que serve como incentivo fiscal para exportações]. E o PLP, que estabelece Reintegra. Eles estabelecem um apoio para preservar emprego e a produção dos produtos afetados pela tarifa de 50% dos exportadores brasileiros para os Estados Unidos”, destacou o vice-presidente em entrevista coletiva após reunião com Motta.
Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 13, o Plano Brasil Soberano direciona R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito com taxas acessíveis, além de ampliar as linhas de financiamento às exportações, prorroga a suspensão de tributos e autoriza compras governamentais de gêneros alimentícios perecíveis que deixaram de ser exportados e estão paralisados desde o anúncio das tarifas.
Empregos
Nesta quinta-feira, durante o programa “Bom Dia, ministro”, da EBC, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que, com base em um levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os impactos do tarifaço podem resultar na perda de 320 mil empregos no pior cenário possível. Contudo, como o mercado tem um estoque de 48 milhões empregos, o ministro disse que o caso não seria “um desastre total”.