Por: Eline Sandes - BSB

‘Nem com 81 assinaturas': Alcolumbre nega impeachment de Moraes após oposição conseguir maioria

Davi Alcolumbre | Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), anunciou, nesta quinta-feira (7), que as 41 assinaturas necessárias para protocolar um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram obtidas. Mesmo assim, no entanto, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), manteve a posição contrária a essa pauta.

"Nem se tiver 81 assinaturas (totalidade dos senadores), ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar", afirmou Alcolumbre, durante reunião com líderes da base do governo e da oposição.

Com o protocolo do pedido de impeachment, os parlamentares que ocupavam a Mesa Diretora do Senado desde a terça-feira (5) anunciaram o fim do motim e liberaram o Congresso para as sessões nos plenários. 

A ofensiva da oposição contra Alexandre de Moraes ganhou impulso após o magistrado decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no STF por tentativa de golpe de Estado, em razão do descumprimento da proibição de uso de redes sociais.

Oposição acredita em 'milagre'

Mesmo com a negativa do presidente do Senado, a oposição continua esperançosa. O líder do PL na Casa, Carlos Portinho (PL-RJ), considerou o feito uma "vitória que fortalece a todos". Para ele, o processo de impeachment requer maturação, "o que não acontece do dia para a noite".

O senador citou o impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, como um ato que pode ser repetido por Alcolumbre. À época, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também havia dito que não colocaria a pauta em votação, mas mudou de posição depois que o PT votou contra ele no Conselho de Ética. "Vamos comemorar a vitória de hoje", celebrou Portinho.