Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que os acidentes domésticos, envolvendo pessoas com até17 anos, aumentaram significativamente no Brasil. No Distrito Federal, neste ano, foram registrados 2,5 mil procedimentos ambulatoriais e hospitalares relacionados a esse tipo de ocorrência. O número revela um aumento de 54,6%, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Os dados de junho ainda não foram divulgados, mas, ao Correio da Manhã, Paulo Guimarães, especialista em primeiros socorros, afirma que o período de férias tende a elevar os riscos, já que muitas vezes as crianças estão sem supervisão adequada. Para ele, os números reforçam a importância de redobrar a atenção.
“A prevenção é sempre o caminho mais eficaz. A vigilância dos pais e a adaptação do ambiente doméstico são fundamentais para proteger os pequenos”, destaca.
Ele lembra que medidas simples, como o uso de protetores de tomada, a supervisão em locais com água e o afastamento de objetos pequenos e perigosos, podem evitar tragédias. Guimarães também defende que pais e responsáveis estejam preparados para agir em emergências.
“Saber realizar manobras como a desobstrução das vias aéreas ou a reanimação cardiopulmonar pode salvar vidas. Cursos rápidos estão disponíveis em diversas cidades e devem ser encarados como uma prioridade”, orienta.
No Brasil, entre janeiro e maio deste ano, foram registrados 134 mil casos, o que representa um aumento de mais de 28%, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Acidente
Karenina Silveira, moradora da região administrativa do Park Way, tem duas filhas pequenas. Ela conta que já viveu alguns momentos de desespero dentro de casa. Segundo ela, em um dos episódios, sua filha mais nova, com apenas um ano e nove meses, ingeriu aromatizador de banheiro. A criança teve febre, diarreia e perda de apetite, mas, felizmente, se recuperou sem maiores complicações.
“Foi um susto enorme. A gente nem imaginava que ela conseguiria alcançar o produto. Na hora, ligamos para o médico, que nos orientou a acionar o 0800 do fabricante. Eles passaram todas as informações sobre o produto e como agir”, relata.
Karenina conta outros sustos. Em um deles, a filha conseguiu entrar na máquina de lavar roupa em questão de segundos.
“Foi muito rápido, eu só me virei e ela já estava lá dentro. O doutor Paulo nos explicou os riscos e a importância de sempre deixar a máquina fora da tomada”, lembra.