A agenda política da semana tem como destaque a realização da Cúpula do Brics no Brasil, reunindo representantes de economias emergentes para discutir temas centrais da governança global e do desenvolvimento sustentável. O encontro teve início neste domingo (6) e segue nesta segunda-feira (7), no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro.
O Brics é o bloco formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que ganhou a adesão de outros países emergentes. Apesar da importância estratégica do evento, a ausência de figuras centrais como o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, chama atenção. Ambos optaram por enviar representantes oficiais, o que pode reduzir o peso político de algumas discussões. Também não participam o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.
Presidência
O Brasil ocupa a presidência rotativa do Brics até o fim de 2026, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a missão de fortalecer o grupo como um fórum de concertação política e cooperação entre países do Sul Global. Entre os principais objetivos estão a reforma da governança internacional, o estímulo a iniciativas de desenvolvimento sustentável e a promoção de uma agenda pacifista diante dos conflitos internacionais.
Lula já sinalizou o tom de sua liderança ao discursar na abertura da reunião do Novo Banco de Desenvolvimento (o "Banco do Brics"), na última sexta-feira (4). Em sua fala, elevou o tom contra a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito entre Israel e Palestina, afirmando: “Há muito tempo não via nossa ONU tão insignificante como se apresenta hoje”.
O Brics hoje reúne onze países-membros. São os fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e os que aderiram depois: Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. O bloco também possui a modalidade de países-parceiros, convidados a participar de encontros específicos. Fazem parte dessa lista Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Anistia
Na segunda-feira (7),a oposição se reunirá com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tratar de temas considerados prioritários. Entre os assuntos, deve estar a crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que aguarda audiência de conciliação entre os Poderes Executivo e Legislativo, marcada para 15 de julho no Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro ponto que poderá entrar em discussão é o projeto de lei alternativo que propõe anistia aos manifestantes envolvidos nos atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), já antecipou que a proposta pode ser pautada na última semana antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 18 de julho.
PL dos Cassinos
Já o Senado deve votar nesta terça-feira (8) o projeto de lei que regulamenta a operação de jogos de azar no Brasil, incluindo cassinos físicos, bingos, apostas em corridas de cavalos e o tradicional jogo do bicho. A votação foi agendada pelo presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União-AP). A matéria já passou pela Câmara e, se aprovada, seguirá para sanção presidencial.
Ministros
A Câmara receberá ainda representantes do governo federal para prestar esclarecimentos na quarta-feira (9). Às 9h30, a audiência contará com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para debater os impactos e desdobramentos da Medida Provisória (MP) 1300/2025 que propõe alterações estruturais no setor elétrico.
No período da tarde, às 16h, o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, está confirmado para participar da Comissão de Educação. Ele deverá detalhar as políticas de coordenação da unidade central do Sistema de Comunicação Social do Executivo Federal, além de explicar as ações voltadas à divulgação de medidas educativas e informativas para proteger a população contra crimes, especialmente aqueles envolvendo fraude e artifícios enganosos, inclusive no ambiente digital.