Nesta quarta-feira (11), a frente do Palácio do Buriti foi tomada por enfermeiros e professores, que se mobilizaram em defesa de melhorias para suas categorias. Os atos, porém, não sensibilizaram o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que anunciou em entrevista, que irá cortar o ponto dos professores em greve e afirmou que não haverá reajuste salarial para nenhuma categoria neste ano.
“Precisamos ter cuidado com as contas públicas para que não se faça o desmame que está acontecendo no governo federal. Então, reajuste salarial, para qualquer categoria, só vai acontecer no próximo ano”, declarou.
Na sequência, o chefe do Executivo destacou que não vai governar para sindicatos. “Essa questão da educação, por exemplo, nós fizemos o pedido deles da última greve de 2023, ainda nem terminamos de pagar, só termina em 2026, e eles já estão em greve novamente. E nós certamente teremos várias greves este ano, porque é um ano pré-eleitoral e nós sabemos que os sindicatos aqui são comandados pela esquerda”, defendeu.
Ponto
Ibaneis também anunciou que irá cortar o ponto dos professores. “A greve dos professores já foi declarada ilegal e abusiva. Nós vamos fazer o corte de ponto, e eu quero saber quantos dias eles vão aguentar com o corte. Vamos levar essas medidas aprovadas pela Justiça até o último nível”, afirmou.
O advogado do Sindicato dos Professores (Sinpro), Lucas Mori, explicou que se Ibaneis cumprir a ameaça, os alunos serão prejudicados. A Secretaria de Educação precisa cumprir com 200 dias letivos, e o corte irá dificultar a reposição das aulas suspensas pela greve.
“O governo vai precisar dessas pessoas depois, por isso que normalmente não é feito o corte do ponto durante a greve. É necessário fazer a reposição, e a pessoa vai trabalhar depois para suprir, mas aí ela já recebeu o salário”, esclarece.
Enfermeiros
Ao Correio da Manhã, o Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfermeiro-DF) confirma que recebeu uma multa de R$ 100 mil reais após anunciar a paralisação da categoria por 12 horas.
“O Sindicato já recorreu da multa aplicada de forma arbitrária, um dia antes da paralisação ser iniciada. Essa multa teve um claro caráter de coação, uma tentativa de intimidar o exercício legítimo do direito de greve”, afirmou em nota.
O Sindicato também anunciou que, em assembleia nesta quarta-feira (11), foi decidido que a categoria vai continuar em estado de greve e fará eventuais paralisações.