Por: Gabriela Gallo

Bolsonaro segue internado, mas caminha pela primeira vez

Bolsonaro: primeiras 48 horas são importantes | Foto: Instagram/Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, em acompanhamento pós-operatório. A última atualização da equipe médica que o acompanha nesta terça-feira (15), divulgada por meio de nota, é que ele “mantém estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências”. O ex-presidente também tem previsão de realizar fisioterapias motora, com deambulação (caminhar), e respiratória. Ele ainda não tem prazo de receber alta, mas segue com quadro de saúde estável, consciente e se recuperando.

Em suas redes sociais, Jair Bolsonaro compartilhou dois vídeos nesta terça-feira, um gravado às 9h15 e outro às 15h30, que o mostram caminhando pelo hospital acompanhado da esposa, Michelle Bolsonaro. As imagens evidenciam o processo de recuperação do ex-presidente, já que essas foram as primeiras vezes em que ele caminhou desde que passou pela cirurgia deste domingo (13). A cirurgia durou mais de 12 horas e serviu para retirar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal, devido a consequências da facada em 2018.

Primeiras 48 horas

Ainda em suas redes sociais, ele agradeceu o apoio e orações de eleitores e aliados, e explicou como está acontecendo seu processo de recuperação: “Os médicos explicaram que as primeiras 48 horas após a cirurgia são fundamentais para avaliar nossa recuperação. Esse é o período em que os órgãos que foram manipulados durante o procedimento de mais de 12 horas começam a desinflamar, permitindo observar os primeiros sinais de uma real situação”, manifestou Bolsonaro em suas redes sociais.

O ex-presidente foi internado às pressas na noite da última quinta-feira (10) no Rio Grande do Norte após sentir fortes dores abdominais. A tomografia indicou sinais de suboclusão intestinal, uma obstrução parcial ou incompleta do intestino que dificulta, mas não impede completamente, a passagem de gases e fezes. A cirurgia de domingo se chama “laparotomia exploradora”, um procedimento que consiste no corte do abdome para examinar os órgãos internos que, no caso de Bolsonaro, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino. Portanto, foram desfeitas as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente, e depois a reconstrução da parede abdominal para reforçar a musculatura.

Visitas

Nesta terça-feira, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), tentou visitar Bolsonaro no hospital. Contudo, segundo Michelle Bolsonaro em suas redes sociais, ele não teve autorização para entrar porque, no momento, o ex-presidente está recebendo apenas visitas de familiares e da equipe médica.

Em conversa com a imprensa na porta do hospital, Zucco disse que o pedido de Michelle é para evitar possíveis infecções de visitas. “Quesitos médicos não cabem a mim. Mas, hoje, quem tem controle das visitas é a primeira-dama e quem ela assim julgar”, esclareceu o parlamentar.

Apesar de não ter visto pessoalmente Bolsonaro, Zucco manifestou otimismo com a recuperação positiva do ex-chefe do Executivo. “Já falei com os filhos do Bolsonaro, com ele, ainda não. Eles estão muito otimistas, mas é aquele cuidado das 48h. A gente sabe que foi uma cirurgia de 12 horas, uma cirugia muito intensa. Mas o presidente está bem, brincando e já está falando da próxima agenda”, disse o líder da oposição.

Bolsonaro ainda reforçou que as visitas limitadas visam “evitar conversas e estímulos que possam causar dilatação e até mesmo descolamento da parede abdominal – riscos que precisam ser evitados com máxima cautela frente ao enfrentado na sala de cirurgia”.