O desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua em queda, conforme apontou a pesquisa Atlas/Intel, realizada em parceria com a agência Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (11). O petista foi desaprovado por 51,4% dos brasileiros, enquanto 45,9% o aprovam e 2,7% não souberam ou não responderam à questão. Ele segue como o favorito para o pleito de 2026, mas empata tecnicamente com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), em um eventual segundo turno.
Em comparação com o levantamento anterior, publicado em dezembro de 2024, a desaprovação aumentou 1,6 ponto percentual (era 49,8%), enquanto a aprovação caiu 1,9 ponto (era 47,8%). Os números atuais representam o pior índice registrado na série histórica da pesquisa. Há um ano, a aprovação era superior, alcançando 51,2%, enquanto a desaprovação era de 45,4%. Em abril de 2024, a desaprovação havia apresentado uma leve queda (43,4%), mas desde então o índice só subiu, e, em novembro, superou pela primeira vez a aprovação.
A pesquisa também revelou que a avaliação geral do governo Lula atingiu o maior patamar de percepções negativas desde o início de seu mandato, com 46,5% dos entrevistados classificando sua gestão como ruim ou péssima. As perspectivas positivas caíram 3 pontos percentuais entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, atingindo 37,8%. Contudo, quando comparado com o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), 48,5% dos brasileiros consideram que Lula apresenta um desempenho melhor, enquanto 45,8% acham que ele tem um desempenho pior. Para 5,7% dos entrevistados, ambos os governos têm um desempenho igual.
Problemas
Em relação aos principais problemas enfrentados pelo Brasil, a preocupação com a economia e a inflação dobrou entre outubro de 2024 (15%) e janeiro de 2025 (29%), alcançando o terceiro lugar no ranking, atrás apenas da criminalidade e tráfico de drogas (58%) e da corrupção (49%).
A percepção sobre a corrupção, apontada na pesquisa, é reforçada por outro dado divulgado também nesta terça-feira (11). Segundo o Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional (IPC) sobre 2024, o Brasil registrou 34 pontos e a 107ª posição entre os 180 países. Essa representa a pior nota e a pior colocação do país na série histórica do índice, desde 2012.
2026
A pesquisa também analisou diferentes cenários para 2026. No primeiro cenário de primeiro turno, Lula lidera com 41,1%, enquanto seu principal adversário, Tarcísio de Freitas, aparece com 26,2%. Em um segundo cenário, Lula mantém a liderança com 40%, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surge como seu principal rival, com 24% das intenções de voto. Nos dois cenários, os demais candidatos não ultrapassam os 8%.
Embora o ex-presidente Lula ainda se mantenha à frente nas simulações de segundo turno, as margens de diferença são mais estreitas. Em um embate com Tarcísio, Lula registra 45,7% contra 44,7% do governador paulista, um empate técnico. Contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), Lula teria 47,4%, enquanto Caiado ficaria com 36,5%.
Em uma disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula aparece com 47,6%, enquanto Bolsonaro alcança 43,4%. Vale destacar que o ex-presidente está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seguida, Lula lidera com 49,6% contra Eduardo Bolsonaro (36,4%) e a maior folga é do petista (49,8%) contra o empresário Pablo Marçal (PRTB) que apresentou 29,7%, uma diferença de 20,1 pontos percentuais.
A pesquisa também avaliou a imagem positiva ou negativa dos líderes políticos, e o cenário pode ser uma preocupação para o atual mandatário, já que caiu para segundo lugar desde o último levantamento, quando era bem visto por 51% dos ouvidos. Embora o saldo negativo seja maior (48%), Tarcísio lidera o grupo com 44% positivo. A imagem favorável de Lula caiu para 42%, enquanto a desfavorável subiu de 46% para 51%. O ministro da Fazenda Fernando Haddad e a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, apresentam, respectivamente, 42% de imagem positiva e 52% negativa, cada.
O instituto entrevistou 3.125 pessoas entre os dias 27 e 31 de janeiro. A pesquisa possui uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%.
