Por: Gabriela Gallo

Lula não confirma Gleisi como ministra, mas abre possibilidade

Gleisi poderá ocupar a Secretaria-Geral da Presidência | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Após uma queda de popularidade e ruídos referentes à sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou a primeira entrevista coletiva do ano, nesta quinta-feira (30), para esclarecer informações com a imprensa. Dentre os assuntos, ele não negou a possibilidade de realizar uma reforma ministerial, mas também não a confirmou.

“Trocar ministro é uma coisa da alçada do presidente da República, mas no Brasil a gente tem o hábito de o presidente tomar posse e, um ano depois, a imprensa ficar tratando de reforma ministerial. Eu fiz a melhor reunião ministerial que já fiz no início do ano”, disse Lula à imprensa.

Questionado se sua colega de partido, a presidente do Partido dos Trabalhadores e deputada federal Gleisi Hoffmann (RS), assumiria algum cargo, o presidente elogiou a competência da colega, mas ainda não definiu o caso.

“A Gleisi é um quadro muito refinado. Politicamente, tem poucas pessoas neste país tão refinadas quanto a Gleisi. Ela tem condições de ser ministra em muitos cargos. Até agora, não tem nada definido, eu não conversei com ela e ela não conversou comigo. Eu ainda não sentei pra ficar pensando se eu vou trocar alguns ministros”, afirmou o presidente.

“O pessoal fala: ‘Ah, mas ela é muito radical para ser presidente do PT’. Ora, para ser presidente do PT ela tem que falar a linguagem do PT. Se ela não fizesse assim, que ela fosse para o PSDB”, completou Lula, em defesa da colega.

Dentro de uma possível reforma ministerial, que não deve estar longe de acontecer, o nome de Gleisi Hoffmann é cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, que é a pasta responsável pela articulação do governo federal com os movimentos sociais. Caso se concretize, ela substituirá Márcio Macêdo.

Outros nomes

Além de Gleisi Hoffmann, nos bastidores alguns nomes são cotados para uma eventual dança das cadeiras dentro do poder Executivo. O atual ministro de Relações Institucionais do governo, Alexandre Padilha, deve deixar a pasta para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. No lugar de Padilha, o deputado federal Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL) é um dos nomes cotados para assumir o posto, dando maior espaço para o Centrão. Porém, o atual líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE), também foi nomeado como uma possibilidade.

Ainda na Câmara, o então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pode assumir o Ministério da Agricultura e Pecuária, entrando no lugar de Carlos Fávaro (PSD). Porém, ainda não há confirmação de nenhuma das vagas.

Outro nome cotado para assumir um ministério é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que atuou como presidente do Senado Federal até sábado (1º). Nos bastidores, o nome de Pacheco foi cogitado como uma possibilidade para assumir o Ministério de Justiça e Segurança Pública. No caso, o atual ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, assumiria o Ministério da Defesa no lugar de José Múcio Monteiro. Porém, questionado nesta quinta-feira, o presidente Lula disse que gostaria de ver Pacheco como próximo governador de Minas Gerais.

“Eu não posso dizer quem é que vai ser [ministro], gente. Se pudesse falar, eu falaria. Mas eu quero que o Pacheco seja governador de Minas Gerais. É isso que eu quero”, disse.