Por: Richard Stoltzenburg

Erros que custam caro

A nova tarifa para o transporte público de Petrópolis entrará em vigor na próxima segunda-feira (01/09). O valor de R$ 5,90 será cobrado pelas empresas Cidade Real e Cidade das Hortênsias de forma imediata e de R$ 5,60 para a empresa Turp Transporte por um período de dois meses e, caso tenha cumprido com as determinações da Justiça, cobrará R$ 5,90. A medida é novidade em Petrópolis, afinal, empresas com tarifas diferentes dentro do mesmo município, são questões que os petropolitanos não estão acostumados, muito menos as empresas e o executivo.

A decisão da 4ª Vara reforça o quanto tem sido necessário a "intervenção" do judiciário em Petrópolis. Mas porquê dessa necessidade? Uma sucessão de erros que estão custando caro, mais especificamente para o cidadão petropolitano. Ao analisar a linha do tempo do transporte público em Petrópolis, nota-se que as concessões têm sido alvo de problemas, insegurança jurídica e de vida, além de custosa. Isso porque as empresas visam o lucro, e ao longo do período de concessão, buscarão aumentar a arrecadação, seja com por meio de subsídios ou pelo aumento na tarifa. Por outro lado, o município deve fiscalizar e garantir que o serviço prestado seja eficiente. Mas não é o caso de Petrópolis nos últimos anos. As medidas adotadas tiveram o mero interesse político e a busca por votos.

Foram intervenções nas antigas empresas Autobus, Petrópolis e Cidade Real, logo depois renovações contratuais com as empresas Cascatinha e Petro Ita, sem qualquer tipo de avaliação do serviço, o que acarretou em intervenções no ano passado das mesmas empresas. O município não sabe quanto é arrecadado, quantas são as isenções para idosos e estudantes e dos veículos em si. A CPTrans apresentou um relatório à justiça nesta semana, indicando que 135 ônibus operam acima do limite permitido pela própria companhia, ou seja, embora as empresas operem de forma irregular, conseguem com que o petropolitano pague mais caro pela passagem.

Erros que também pesam no âmbito político, pois o que o atual prefeito recebeu de críticas, não foram poucas. Cabe a ele também solucionar a questão entretanto, até porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE), já determinou a realização de três licitações para transporte no município. Será cumprida? A prefeitura tem um "cheque" de R$ 150 milhões do PAC Seleções Mobilidade para renovação de frota. Ao invés de licitar, assumirá o serviço, o tornando efetivamente transporte público? Só o tempo tem a dizer. Mas o fato é: erros custam caro e o petropolitano é quem tem arcado com essa conta.