Por:

Antigamente em Brasília

Era um passeio comum. As pessoas pegavam seus carros e percorriam os 60 quilômetros que separam Brasília de Luziânia para comer no restaurante estrelado Antigamente. No caminho, muitas vezes passavam pela casa de um estranho senhor de barbas brancas longuíssimas que fazia licores.

Era um tempo em que deputados e senadores na sua maioria moravam de fato em seus apartamentos funcionais. E muitos, assim, ficavam muitas vezes nos fins de semana. O ex-deputado Ulysses Guimarães adorava ir ao Antigamente. Já o ex-deputado Nelson Jobim, também ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, gostava de ir à galeteria que havia na Granja do Torto.

Já o ex-presidente Fernando Collor, que cresceu em Brasília, era fã da pizzaria Kazebre 13, onde dois irmãos italianos cuidavam dos preparos da iguaria enquanto um quadro com um enorme vulcão Vezúvio iluminado soltava uma fumaça feita de Bom-Bril.

Brasília, esta senhora de 65 anos, já tem sua memória. Já deixa seu rastro de saudade nesses e outros endereços que já não existem.

Enquanto outros locais históricos permanecem, se preservam e merecem ser visitados. Como o restaurante Roma, que existe desde a fundação de Brasília. O bar Beirute, o La Chaumiére, a Pizzaria Dom Bosco.

O que pode haver de mais brasiliense do que pedir uma fatia dupla com mate na Dom Bosco da rua da Igrejinha? Ou comer um pastel com caldo de cana na Rodoviária?

Antigamente em Brasília é ainda hoje...