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Cidades são museus

Quando bem preservadas, as cidades se tornam um presente histórico para seus moradores. São verdadeiros museus que as pessoas podem percorrer de graça, fruindo de todo o seu passado, conhecendo suas raízes e tradições.

Nesse sentido, viver em Brasília é um privilégio. Patrimônio da Humanidade, Brasília é tombada e qualquer intervenção só pode ser feita após muito estudo e com autorização.

Resulta que caminhar por Brasília é como percorrer um museu e entender os traços e convicções artísticas que marcavam o mundo no início da segunda metade do século passado. Os conceitos do modernismo nos traços de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que se associam também aos conceitos de democracia, liberdade e igualdade da época.

Essa associação resultou na criação de uma cidade sem muros. Aberta. Ampla. Repleta de espaços comuns, parques, áreas arborizadas.

Claro, a realidade infelizmente impôs algum abismo entre o sonho idealizado e a situação de fato. Não é preciso andar muitos quilômetros para perceber que todos esses conceitos não permanecem da mesma forma na periferia. Que a igualdade e a amplidão não são exatamente a realidade das populações mais pobres.

Mas mesmo isso faz da cidade um museu. A partir dos erros e acertos de Brasília é possível estudar e compreender o que se passou nos últimos anos neste país tão complexo e desigual chamado Brasil.