Diz a Bíblia que Judas entregou Jesus Cristo aos romanos em troca de um punhado de dinheiro.
Dizem os jornais que pelo menos 12 pessoas já foram mortas nos últimos dias no Brasil vítima do consumo de bebidas adulteradas. Em troca de um punhado de dinheiro.
Que quantia será essa capaz de fazer alguém adulterar bebidas alcoólicas? Quanto se lucra a partir do consciente risco de fazer com que o produto desse lucro seja a perda de uma vida?
Há uma linha de investigação que aponta para o envolvimento do crime organizado no processo que produz este atual surto de intoxicação pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
Mais uma vez, o crime organizado, esse drama político e social que cada vez mais se impregna no país. Crime organizado que hoje já comanda parte importante de bairros do Rio de Janeiro. E de outras cidades. Que se infiltrou na política. Elegeu prefeitos, Deputados. Talvez governadores. Quem sabe mais?
Cuja ganância fica estampada agora com o drama das bebidas. Há formas diferentes dessa adulteração ser produzida. Mas todas elas estão relacionadas à ganância. Na produção, relaciona-se ao corte ganancioso do líquido produzido, sem desprezar a parte sabidamente tóxica, popularmente conhecida como "cabeça". Na falsificação, a inclusão consciente do metanol tóxico para baratear o líquido. Ou na lavagem de garrafas. Mas de garrafas usadas na falsificação.
Em todos os processos, o desprezo à vida humana. Por um punhado de dinheiro... Dorme bem aquele que considera que tal lucro vale a pena?