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O quê do amor?

Sem muitas explicações, de um dia para o outro, as redes sociais foram tomadas por um novo fenômeno: o morango do amor. Diferentemente daquele outro doce caramelizado, igualmente feito de uma fruta de clima frio e que se tornou tradição nas festas juninas, esse chegou por advento dos influencers. Não por um único influencer, mas ele se propagou por todo e qualquer criador de conteúdo daquela rede social especializada em vídeos.

Não é apenas um doce caramelizado, mas é acompanhado também por uma segunda camada de beijinho que, agora, por algum motivo, é chamado de brigadeiro branco (um nome de pouca criatividade). No Brasil, as coisas não se acomodam em amarras ou regras. Elas ultrapassam o pressuposto do produto, já que a marca do brasileiro é a criatividade. Então, logo, o morango foi acompanhado por uma uva, seguido por um maracujá, um limão (!) e, por que não, um frango? Um açaí ou carne de churrasco? Bom, o céu é o limite.

Chamou a atenção que a moda pegou até naquela fruta de consumo prático e que detém a maior quantidade de nomes frutíferos por aí, mas que deixou a dúvida de qual deles escolheriam para vendê-la: mexerica, bergamota, ponkan, mimosa ou fuxiqueira do amor?

As coisas são assim mesmo. Sempre tem uma moda nova surgindo. Há alguns anos, era a mania de comidas no pote e, de todas, só o bolo (no pote) ficou. Um pouco antes, importaram os frozen yogurt, os cupcakes estadunidenses e os alfajores argentinos, mas nenhum deles vingou muito. Alguém lembra da febre dos food-trucks? Até que alguns continuam rodando por aí, mas os bons e velhos carrinhos (da pamonha, do algodão doce, da pipoca, de churros, etc.) não foram abalados e seguiram firmes e fortes.

Talvez, o açaí seja o único vitorioso dessa competição da moda que pede um lugarzinho no coração do brasileiro. Isto é, “moda” para os brasileiros da parte sul do país, pois o fruto arroxeado já fazia parte da dieta nortenha há quase um milênio (ou até mais). Resta aos morangos, maracujás, mexericas, limões (!) e frangos (?) do amor passarem no teste do tempo. Será que lembraremos deles daqui a um ano ou será que farão, permanentemente, parte da rotina brasileira? Só o tempo irá dizer.