Por: Paulo César de Oliveira*

O Brasil passa dificuldades

Com a mesa cheia de projetos importantes a serem analisados e votados, o Congresso se prepara para o recesso do fim do ano em que todos nós que acompanhamos a política, sabemos bem que é um recesso longo. Em ano eleitoral, ainda mais longo.

Em 2026 vamos às urnas escolher presidente, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Todas, o quadro já está desenhado, eleições radicalizadas entre os chamados esquerdistas e direitistas, que querem atingir ou manter o poder com discursos inconsistentes e propostas vazias.

Na disputa presidencial até agora a candidatura certa é a de Lula, que vai tentar a sua terceira reeleição, um quarto mandato que ninguém aqui nunca teve. A oposição ainda está batendo cabeça, tentando arrumar alguém que possa fazer frente a Lula, tido pelas pesquisas como favorito. Flávio Bolsonaro, desculpem, é brincadeira. Tarcísio de Freitas, com bom desempenho nas pesquisas, parece pouco disposto a enfrentar Lula. Sinaliza que irá mesmo buscar a reeleição que parece assegurada. Zema ainda insiste na candidatura, mas tem sido pressionado a buscar uma vaga no Senado. Seus amigos estimam que, na disputa, teria 4 milhões de votos, chegando forte ao Senado. A direita, parece que vai às urnas com Caiado, governador de Goiás, e Ratinho Júnior, do Paraná. Na sucessão presidencial é o que se desenha.

Já a sucessão em Minas anda perdida. Insistem com o senador Cleitinho, que não parece disposto a se arriscar. Certo mesmo, ao que parece, dois candidatos até agora. O competente Mateus Simões, que disputará a eleição sentado na cadeira de governador, que assume em abril com a desincompatibilização de Zema, e o voluntarioso Gabriel Azevedo, do MDB. Lula ainda busca um nome para lançar em Minas e montar seu palanque. Este é o quadro atual da disputa. Um quadro de incertezas que faz prever um ano de muitas articulações e poucas decisões no Congresso, um Poder que também deverá passar por muitas mudanças.

As pesquisas indicam que o povo anda cansado da radicalização de deputados e senadores e a expectativa é de uma boa renovação nas duas Casas. 2026 deverá ser de mudanças também no Supremo Tribunal Federal. O presidente Edson Fachin já anunciou que vai implantar um Código de Conduta não apenas no STF, mas nos demais superiores, para evitar o desgaste do Judiciário, diante de tantas acusações contra o comportamento de ministros, muitas delas infundadas, fruto da radicalização política. Um Judiciário inatacável, como nos tempos dos ministros mineiros Oscar Dias Corrêa e Carlos Mário Velloso, é essencial para o país com tanta política rasteira.

*Jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil