Há 200 anos nascia um dos grandes visionários que o Brasil já teve: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, mais precisamente o imperador Dom Pedro II. Posto no trono ainda jovem, mas com o conssentimento de que era o melhor para apaziguar politicamente o Brasil, o jovem teve a primazia de liderar um dos grandes progressos que esse país já teve. Mesmo com a Guerra do Paraguai, que fez os cofres públicos ficarem no limbo, o segundo imperador brasileiro conseguiu façanhas como uma das melhores taxas de alfabetização já vistas na história, um surto industrial bastente fértil e uma longeva monarquia, que só foi deposta pelo fato de não ter mais apoio político do exército.
Pedro nasceu no famoso Palácio da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, hoje Museu Imperial, que passa por reformas depois do incêndio de 2018, que destruiu praticamente todo o acervo, obras e presentes que a família imperial recebeu. Sua infância foi marcada pela criação de Mariana Verna, futura condessa de Belmonte, e por José Bonifácio Andrada e Silva, que fora o seu tutor.
Diante da abdicação do trono do pai, o Brasil ficou sem um monarca fixo no comando, já que Pedro era apenas uma criança. Nesse período, o país fora governado por regentes, mas, a inquietação política o fez assumir o trono, aos 14 anos. Como imperador, Dom Pedro II iniciou uma série de mudanças na Corte, transformando o império em um dos mais relevantes do mundo.
Sua primeira missão foi a paz no Rio Grande do Sul, que estava a um passo de se emancipar do Brasil. A segunda, foi conseguir um apaziguamento político, fazendo um revezamento entre conservadores e liberais na equipe ministerial, dando por conseguinte à célebre frase: "Não existe nada mais conservador do que um Liberal e não existe nada mais liberal do que um Conservador".
Dom Pedro II também lutou para que houvesse mais igualdade entre os brasileiros e batalhou pela abolição da escravidão. Por mais que tenha esticado a corda ao máximo, para não perder apoio político dos cafeicultores, que necessitavam desta mão de obra em suas plantações, aos poucos foi impondo regras e leis, até no fim da escravidão, em 1888, um ano antes do golpe militar que culminou na instauração da República no país.
O grande ponto do seu império foi a chamada "Era Mauá", com o Barão de Mauá financiando projetos de restauração do país, como a luz elétrica e ferrovias, ligando o interior ao litoral.
Já o ponto de imprecisão, por assim dizer, fora a Guerra do Paraguai, quando se gastou mais do que devia para derrotar as tropas de Solano Lopes, fazendo com que o exército tivesse força política e mostrasse o seu valor, culminando na deposição do imperador e na tomada de poder.
Apesar de exilado, seus restos mortais foram trazidos para o Brasil e estão na catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, cidade que ajudou a criar e fundar e que virou o seu principal refúgio de lazer da família. Não por menos, o nome dela em Latim significa, numa tradução simples, "Cidade de Pedro".
Que estes 200 anos de nascimento de Pedro de Alcântara sejam um marco não apenas para a cidade que ajudou a criar, como também a um país que o fez crescer, mas que, por objetos políticos, acabou não seguindo os seus desejos e anseios.
Se ele continuasse no poder seria tudo diferente de hoje, não sabemos e não se pode julgar anacronismos na história, mas pode-se dizer que, diante de muitos acontecimentos e transformações, muitas mudanças poderiam ocorrer no início do século XX.