A cada nova conferência do clima, como a recente COP, renova-se o alerta de que o tempo para reagir ao impacto humano sobre o planeta está se esgotando. As decisões pactuadas nesses encontros internacionais não podem permanecer restritas a discursos diplomáticos. Elas precisam ser traduzidas em ações concretas dentro das empresas e instituições que moldam a economia e influenciam o cotidiano das sociedades.
O setor produtivo tem buscado associar sua imagem a práticas sustentáveis, mas ainda há uma distância evidente entre a narrativa publicitária e a realidade operacional. Sustentabilidade não é rótulo e não pode ser tratada como tendência passageira. É responsabilidade corporativa. É governança. E é estratégia de sobrevivência num mundo em que investidores, consumidores e reguladores já não toleram omissões.
As decisões da COP oferecem diretrizes sobre redução de emissões, eficiência energética e proteção de ecossistemas. O que falta é a disposição de incorporar esses compromissos ao núcleo da cultura organizacional. Isso significa rever processos, medir impactos, criar metas auditáveis e estabelecer políticas internas que resistam a mudanças de gestão. Significa, sobretudo, admitir que lucratividade e preservação ambiental não são forças opostas, mas complementares.
Empresas que integram a agenda sustentável ao seu planejamento descobrem que inovação e competitividade crescem quando a visão de longo prazo guia as escolhas. Instituições públicas que adotam critérios ambientais como princípio, e não como adereço, fortalecem sua legitimidade e cumprem seu papel diante da sociedade.