Autoridades de Rio de Janeiro e São Paulo vêm travando uma disputa de bastidores pela Fórmula 1. Com a aprovação e anúncio da construção do Autódromo de Guaratiba, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, que terá investimento de aproximadamente R$ 1.3 bilhão da iniciativa privada, a expectativa da Prefeitura e do Governo do Estado do Rio é conseguir trazer de volta a Fórmula 1 para a Cidade Maravilhosa.
A missão é muito difícil, visto que Interlagos é uma das etapas mais tradicionais e celebradas internacionalmente do Mundial de F1. Na edição deste ano, o GP de Interlagos bateu recorde de público, com 303.627 presentes, tendo gerado mais de R$ 2.3 bilhões para a economia paulistana. É uma das poucas etapas do mundo em que os ingressos se esgotam em menos de um dia. Um sucesso total.
Além de ser parte fundamental para a economia da cidade, o GP de Interlagos é o principal evento anual do calendário de São Paulo. Por isso essa disputa entre o prefeito Ricardo Nunes e o presidente da Câmara dos Vereadores do Rio, Carlo Caiado.
A verdade é que essa disputa não terá vencedores. Será muito mais produtivo se as duas cidades trabalharem em conjunto para trazerem mais uma etapa para o Brasil, em vez de uma tentar excluir a outra. O GP de Las Vegas, que acontece neste fim de semana, por exemplo, ainda tem ingressos à venda e tem seu circuito constantemente criticado. Certeza que não deixaria saudade nos pilotos. Por que não começar uma campanha para que a Liberty Media, detentora da F1, passe a olhar com mais carinho para um dos países mais apaixonados pelo esporte? Por que ter apenas um GP de São Paulo ou um GP do Rio, por que não lutar por um GP de São Paulo E um GP do Rio? Se conseguissem trazer duas etapas da Fórmula 1 para o Brasil, aí sim seria uma grande vitória para o esporte do país. A única chance de haver vencedores é por meio da união entre Rio e São Paulo.
Óbvio que é um sonho distante, é uma possibilidade muito remota da Liberty e da FIA aprovarem essa segunda etapa brasileira, mas certamente unir as cidades para pleitear essa expansão no Brasil, apresentando os números cada vez maiores gerados por Interlagos e mostrando o histórico extremamente favorável do Rio para sediar megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, será muito mais produtivo que perder tempo com briguinhas de bastidores com um tentando tirar a modalidade do outro.
