Por: José Aparecido Miguel (*), José Aparecido Miguel (*)

PINGA-FOGO

O RIO PERDE A CHANCE DE SER O PROTAGONISTA DOS 200 ANOS DE D. PEDRO II POR DESCASO DOS NOSSOS GOVERNANTES COM A HISTÓRIA -  É inacreditável como o Rio renega o seu papel de relevância na história e desdenha a sua importância como centro da vida Nacional. É efeito da falta de bairrismo. Pergunte a 10 cariocas ou fluminenses o que acontecerá no próximo dia 02 de dezembro? Nove vão dizer que é o Dia Mundial do Samba e um não vai saber responder. É inacreditável.

No próximo dia 02 de dezembro, o Brasil comemora os 200 anos do nascimento do Imperador D. Pedro II. O nosso carioca mais ilustre, nascido no Palácio de São Cristóvão e que repousa na Catedral de Petrópolis.

O que está sendo planejado para os 200 anos de D. Pedro, que governou o Brasil por seis décadas e uma das figuras mais emblemáticas da história brasileira? Absolutamente nada.

O único a comemorar será o Museu Imperial de Petrópolis que fará um ciclo de palestras e o seu diretor Maurício Vicente Junior, que participará de algumas mesas redondas.

No Palácio de São Cristóvão, hoje o Museu Nacional em reconstrução, não teremos nada. Na cidade na qual Pedro Alcântara nasceu não está previsto nada no calendário oficial. Estado e capital estão omissos em uma data tão significativa. As secretarias estaduais e municipais de Cultura e de Educação estão omissas.

A cidade de Petrópolis, em penúria financeira, vai deixar a data passar em branco. E em Brasília, com o Ministério da Cultura e da Educação, nada acontecerá. O único evento previsto é a reabertura do Som e Luz do Museu Imperial, com lei de incentivo do Governo do Estado e só. Será o mesmo espetáculo só que terá nova tecnologia.

A data é pertencente ao Rio e o nível de omissão é incompreensível. O Rio foi a capital do Reino português e aqui D. Pedro II reinou pelo período mais longevo da história. Isso não significa absolutamente nada para os nossos governantes. Em tempo: o Palácio Guanabara foi a residência da Princesa Isabel.

A BRAVATA DO MARIDO DA MINISTRA DE LULA - Curiosa a bola de cristal do deputado Federal Lindbergh Farias afirmando que "haverá operação da Federal" para acabar com o "braço político" das facções criminosas no Rio. Afirmou isso no programa de uma emissora de tv noticiosa.

Bola de cristal ou informação privilegiada? O caso fica mais delicado já que o parlamentar é casado com a ministra Gleisi Hoffman do governo Lula.

VACINADO CONTRA A MOSCA AZUL - O Governador Claudio Castro não se anima com as conversas sobre a sua entrada na eleição presidencial de 2026. Quem puxa este assunto com ele perde ponto. Ele não está mordido pela mosca azul e só tem um foco: terminar o mandato de governador ou na hipótese de arrumar a casa, sair candidato ao Senado pelo Rio. Fora isso, ele sabe que é papo de bajuladores ou, pior, de inimigos querendo que ele vire vitrine. Castro tem pé no chão e não se embriaga com o momento de popularidade.

PAES E O PAPA: AUDIÊNCIA PAPAL MARCADA A JATO - O prefeito Eduardo Paes marcou ponto junto à comunidade conservadora, e principalmente, ao ser recebido em Roma pelo Papa Leão XIV e ao convidá-lo oficialmente para uma visita ao Rio para os 100 anos do Cristo Redentor em 2031.

O convite para centenário do Cristo foi feito após receber primeiro o sinal verde da Santa Sé para a ideia e a audiência de Eduardo Paes teve um efeito político calculado, também pela igreja do Rio, que é simpática à sua candidatura ao Governo do Rio. A ideia do convite subiu em pleno Corcovado na visita do Príncipe de Gales William ao monumento no dia 05 e foi agenda em tempo recorde, uma demonstração de prestígio do prefeito.

Este vínculo com a igreja católica é outro elo entre o prefeito Eduardo Paes e o Governador Cláudio Castro.  

O XADREZ POLÍTICO DE EDUARDO PAES - Abençoado agora até pelo Papa, Eduardo Paes vive um momento de maturidade política exemplar. Saiu de cena em plena repercussão da operação Contenção, soube captar o sentimento da população. Para ele, se o jogo político continuar como está, ele ganha no primeiro turno.

Tudo que o seu grupo político não deseja são fatores surpresa, como colocar uma eleição suplementar no meio do caminho. Os avisos já foram dados em todas as direções, inclusive para Brasília. Desarrumar as peças do tabuleiro do xadrez político, com jogo tão favorável, é o pior dos cenários. Do jeito que está hoje, Paes só perde para ele mesmo.