O Brasil vive um momento de inflexão em seu turismo internacional. De janeiro a outubro deste ano, 7,68 milhões de visitantes estrangeiros cruzaram nossas fronteiras — o maior número já registrado na história para o período, representando um salto de 42,2% em relação a 2024. Segundo a Embratur, o país deve encerrar 2025 com 9 milhões de turistas internacionais. O dado é motivo de comemoração, mas também de alerta: o sucesso não pode ser passageiro. É hora de o Brasil transformar o boom momentâneo em política de Estado, reforçando sua infraestrutura e consolidando-se como destino confiável, acessível e competitivo no cenário global.
Não faltam razões para o entusiasmo. A aviação, em especial, deve se expandir. O Aeroporto de Florianópolis, por exemplo, acaba de se juntar a Guarulhos e Galeão como os únicos do país a superar 1 milhão de passageiros internacionais. É um símbolo de como novos polos turísticos estão ganhando força além do eixo Rio-São Paulo.
Mas a boa maré precisa encontrar portos seguros. O Brasil ainda enfrenta gargalos logísticos graves: estradas precárias, falta de integração entre modais e aeroportos saturados.
A expansão do turismo internacional vai muito além do prazer e do lazer. Ela move economias locais, cria empregos e estimula a preservação ambiental. Como aponta Karat, regiões que antes sofriam com o êxodo de seus moradores hoje encontram no turismo sustentável uma alternativa para gerar renda sem degradar o meio ambiente. É o caso de municípios do Sul e do Nordeste, onde o turismo interno fortaleceu comunidades e atraiu investimentos estrangeiros duradouros.