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Futebol sobrevive nas torcidas apaixonadas

O futebol brasileiro foi forjado no amor incondicional das torcidas aos clubes que defendem. Parte desse amor surgiu justamente por essas equipes representarem valores e promoverem acesso a modalidades esportivas que aproximavam a população dessas instituições durante o século XX.

Porém, nos últimos anos, com o processo de arenização do futebol brasileiro, que encareceu ingressos e afastou o "povão" dos estádios, o perfil de torcida tem mudado pelo Brasil. Sai de cena o amor pulsante, entram os "torcedores de selfie". Uma galera que parece ter medo de ir ao estádio e, quando vai, parece mais preocupada em postar e dizer que foi do que realmente apoiar seu time.

Diante desse cenário triste, torcidas como as de Vasco e Corinthians, que cantam, pulam e apoiam durante todo o jogo, viram alvo de piada por fazerem o básico, que é apoiar suas equipes.

Chega a ser pitoresco ver "torcedores" tentando zombar do Vasco por ter comprado cerca de 40 mil ingressos para o clássico contra o Fluminense, no Maracanã. O lado derrotado saiu dizendo que os rivais trataram o jogo "como final de Copa do Mundo". Sendo que, na verdade, o que se viu foram 40 mil almas simplesmente curtindo e apoiando o momento. Onde já se viu zombar de alguém por fazer o seu papel com excelência? Inacreditável!

Num cenário ideal, as movimentações de paixão das massas vascaína e corintiana serviriam como exemplo para os rivais. Mas, como não se vive um mundo ideal, essas duas torcidas gigantescas seguem fazendo a festa apenas por estarem apoiando seus verdadeiros amores. O futebol sobrevive nessas torcidas.