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Hábitos ruins que cobram o seu preço

Na sua parte urbana, o projeto concebido por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer para Brasília emite paz e integração social. Nas quadras, prédios organizados no meio de amplos espaços. Sem cercas, sem muros. Com os pilotis dos prédios abertos para que sejam transformados em vias de pedestres. Um convite à harmonia.

Na sexta-feira (17), toda essa aura de paz e harmonia foi violentamente quebrada pela chegada da realidade. O adolescente Isaac Augusto de Brito Vilhena brincava com amigos por entre as árvores e flores da praça na entrequadra 112/113 Sul quando foi abordado por outros adolescentes, que queriam seu aparelho celular.

Isaac reagiu. E foi esfaqueado. Levado para o hospital, não resistiu. Isaac tinha 16 anos. O rapaz que o esfaqueou, 15 anos.

Há aí duas histórias de vidas perdidas. Vidas perdidas em troca de um celular.

Vidas perdidas que reacendem todas as discussões sobre segurança pública, desigualdade social, acessos.

Qual segurança é possível? Qual tranquilidade é possível? O que Brasília e o país precisam fazer para que outros rapazes como Isaac e aquele que o esfaqueou não tenham suas vidas assim perdidas? Que sociedade queremos? Que paz queremos?