Por: Barros Miranda*

A política invade o Nobel

O Nobel da Paz para um político sempre gera controversas. O norte-americano Barack Obama já foi laureado. O colombiano Jan Manuel Santos também. Agora é a venezuelana Maria Corina Machado. Por mais que esse seja um prêmio simbólico, requer sempre algum porquê dele ser dado a pessoa ou instituição.

Woodrow Wilson o faturou em 1919 pela criação da Liga das Nações, então órgão mundial com a premissa de manter a paz entre os países e não promover mais guerras. Mikhail Gorbachev, pelo fim da URSS e da Guerra Fria o levou em 1990. Nelson Mandela, pela inclusão social e racial na África do Sul, em 1993. Todos eles tiveram seus motivos, bons ou não, satisfatórios ou não, para receber.

Maria Corina Machado é uma escolha muito mais política do que mesmo social. Oposicionista do regime chavista na Venezuela, ela tenta não apenas chegar ao poder, como também promover uma melhor conjectura do termo política no país. Hoje, a Venezuela vive uma pseudo ditadura e, no bom dialeto, uma autocracia com Nicolás Maduro. Nem os filósofos e pensadores defensores desse sistema estariam convencidos do poder de Maduro para com os venezuelanos.

Se Corina vai representar uma mudança nos rumos do país da América do Sul ninguém sabe, mas que esse Nobel pode ser o passo para uma pressão política mundial, isso, de fato, deve ser interpretado, e não por debaixo dos panos, e sim na cara dura.

*Jornalista e Historiador