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Setembro Amarelo: por que falar?

Todos os anos, setembro amarelo chega com uma cor que carrega uma mensagem importante: falar sobre a prevenção ao suicídio. É nesse mês que se busca romper o silêncio sobre um tema ainda tratado como tabu. O que se deseja é simples, mas urgente: abrir espaço para falar de saúde mental, incentivar a busca por ajuda e mostrar que ninguém precisa carregar sozinho o peso da própria dor.

A realidade, no entanto, é dura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida anualmente no mundo. No Brasil, são cerca de 14 mil casos, o que equivale a 38 mortes por dia. A cada número, uma ausência. A cada estatística, uma vida interrompida. E, ainda assim, a sensação é de que não se fala o suficiente sobre isso.

No trabalho, a questão se torna ainda mais evidente. Estresse, pressão por resultados, jornadas exaustivas e falta de reconhecimento alimentam um terreno fértil para transtornos mentais como depressão e ansiedade. Segundo a Previdência Social, problemas dessa ordem já estão entre as principais causas de afastamento. Não é coincidência: o trabalho pode ser espaço de realização, mas também de adoecimento.

Por que falar do Setembro Amarelo? Porque o silêncio não salva. Porque a maioria dos casos poderia ser evitada com diagnóstico, tratamento, acolhimento e informação de qualidade. Porque a campanha não é apenas um mês de conscientização, mas um lembrete de que cuidar da saúde mental deve ser rotina, não exceção.

No fim, a mensagem é direta: se precisar, peça ajuda. Se perceber, ofereça ajuda. O suicídio não é fraqueza, nem drama. É dor. E dor precisa ser escutada para que não se transforme em despedida.