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Saúde na estrada é urgência, não favor

Poucos profissionais conhecem tão bem o Brasil quanto os caminhoneiros. São eles que ligam as pontas de um país continental, transportando alimentos, medicamentos, combustíveis e tudo o que mantém a economia girando. No entanto, esse mesmo Brasil que tanto depende deles, por muito tempo tem falhado em oferecer o mínimo: cuidado com a saúde desses trabalhadores.

É nesse contexto que ganha relevância o anúncio da apresentação, na próxima quinta-feira (4), do modelo de unidades móveis de saúde para caminhoneiros, iniciativa do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde. O projeto, desenvolvido em parceria com o Ministério dos Transportes e com apoio da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), busca levar atendimento primário a quem vive na estrada, com pouco ou nenhum acesso regular ao sistema público de saúde.

A proposta é simples e necessária: oferecer atendimento médico em pontos de parada estratégicos, como postos de combustíveis, portos e áreas de descanso, por meio de unidades móveis e semifixas, equipadas com insumos e profissionais capacitados. O objetivo é atender à população caminhoneira onde ela está, respeitando a dinâmica de uma profissão marcada por longas jornadas, ausência de rotina e desafios logísticos.

A justificativa apresentada pelo Ministério da Saúde é contundente. Muitos caminhoneiros não têm moradia fixa ou vivem em regiões com infraestrutura precária, o que torna o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma tarefa árdua. Somado a isso, o estilo de vida exigido pela profissão contribui para o agravamento de doenças crônicas.