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EUA, Brasil e o problema com os juros

Aqui, lá, acolá. Seja no Brasil, nos Estados Unidos ou em alguns países da Europa, uma taxa assombra os presidentes: dos juros.

Por aqui, Lula já trocou o presidente do Banco Central, mas a indicador continua em níveis elevados, na casa de dois dígitos. E as justificativas são as mesmas: preocupações com a inflação e com o mercado externo. Mesmo com Gabriel Galípolo, a taxa subiu, chegando ao patamar de 15% novamente. E a pressão de Lula para baixar o juros continua, mas de uma forma moderada, já que quem está no comando do Banco Central é um indicado seu.

Nos Estados Unidos, as reclamações de Trump com Jerome Powell são constantes. Por mais que lá ela esteja em um patamar bem menor do que no Brasil, na casa de 4,25 a 4,50%, para os norte-americanos, esse valor é bastante alto, principalmente para um povo que, por anos, via taxas próximas de 1% ou mesmo na casa de 0,75%. E as justificativas são as melhores possíveis: tarifaço do próprio presidente aos países do mundo, para conter os efeitos no mercado interno. Trump já demitiu uma pessoa do Fed, o Banco Central dos EUA, mas a decisão não foi bem vista, pois as justificativas para a "justa causa" não foram bem assimilidadas por alguns. Como o Fed é autônomo, Trump precisa ter a maioria dos conselheiros para conseguir tirar Powell do poder.

Na Europa, os juros estão em queda livre, com a taxa chegando a 2,5%, com possibilidade de novos cortes, já que a inflação estã equilibrada na Zona do Euro. Aliás, a taxa é o combustível para combater a inflação e, por isso, o Brasil tem juros altos, pois a inflação está acima da meta defendida pelo Banco Central, de 3%, com tolerância 1,5 ponto percentual. Ou seja, a inflação aqui está acima de 4,5%.

Nessa gangorra econômica de juros e inflação, quem mais sofre, obviamente é a população, que vê alimentos, energia e outros produtos básicos e essenciais para a sobrevivência em preços elevados ou um pouco acima do orçamento, tendo que sacrificar alguns produtos em detrimentos de outros.

Se os presidentes pressionam seus bancos centrais para diminuírem os juros, o mercado também faz coro para tal situação, pois isso auxilia empréstimos e outros rendimentos bancários.

Com isso, a economia é, por assim dizer, uma verdadeira caixinha de surpresas, onde o principal é controlar o dinheiro, para que nada saia do controle, mesmo sabendo que nem tudo é previsível e que as coias podem mudar da noite para o dia.