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Uma flor do Cerrado para você

São várias as canções que celebram Brasília. Desde o impressionante céu da cidade à modernidade da sua arquitetura.

Mas uma delas é linda na sua singeleza, mas também pelo que aponta de mais profundidade. Nos tempos difíceis em que vivemos, a flor do Cerrado pode ser importante símbolo da beleza que sempre se esconde na dureza. Da resistência que eclode da absoluta aridez. Da resiliência que o Cerrado brasileiro apresenta diante da seca, que neste agosto surge na sua forma mais dura.

Numa canção da década de 1970, que Gal Costa gravou no seu álbum "Cantar", Caetano Veloso faz comentários numa espécie de conversa sobre "fim de ano" e "fim de mundo". Misturando as preocupações de um tempo violento com as expectativas de fim de ano, e a pergunta que habita todo ser humano: "Você tem amor em mim?"

Para concluir que a resposta para tudo poderia estar nas delicadas e ao mesmo tempo resistentes flores do Cerrado, que, em processo de ressecamento que as tornam eternas, são vendidas aos milhares nos pontos turísticos da capital do país. "Mas da próxima vez que eu for a Brasília, eu trago uma flor do Cerrado pra você", canta Gal Costa.

Em tempos de tarifaços e tantos outros desafios, a beleza que se esconde por trás da resistência eterna talvez seja a resposta.