Por:

O perigo da porta para dentro

Nos últimos dias, o vídeo do youtuber Felca sobre a adultização de crianças repercutiu intensamente nas redes sociais. Com seu tom característico, ele abordou um tema que, embora desconfortável, é urgente: a velocidade com que meninas e meninos estão sendo expostos a conteúdos e comportamentos que não correspondem à sua idade. Não se trata apenas de roupas, gírias ou modismos; trata-se de um processo silencioso que rouba fases essenciais da infância e abre caminho para riscos sérios à saúde emocional e à segurança dessas crianças.

Pais e responsáveis precisam compreender que, no mundo conectado de hoje, os perigos não estão apenas "lá fora", nas ruas e esquinas. Eles estão, cada vez mais, da porta para dentro de casa, disfarçados no brilho das telas de celulares, computadores e tablets. Plataformas que deveriam ser ferramentas de aprendizado e lazer podem se transformar, sem vigilância, em vitrines de modelos de vida distorcidos, sexualizados e, muitas vezes, nocivos.

O Brasil precisa investir com urgência em educação digital. Não basta ensinar matemática e português; é necessário preparar crianças e adolescentes para compreender o funcionamento da internet, reconhecer riscos e filtrar informações. Ao mesmo tempo, é papel dos pais acompanhar de perto o que seus filhos consomem, entender como funcionam as redes sociais e estabelecer limites claros.