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Colesterol, vaidade e desinformação

Na última sexta-feira (8), o mundo voltou seus olhos para um inimigo invisível, mas presente no cotidiano de milhões de pessoas: o colesterol alto. No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, a proposta é simples, porém urgente, conscientizar a população sobre os riscos de níveis descontrolados dessa gordura no sangue, que está diretamente associada a doenças cardiovasculares, principal causa de morte no mundo. Contudo, em meio à avalanche de informações (e desinformações) que circulam nas redes sociais, a missão de orientar corretamente a população nunca foi tão desafiadora.

Em nome da estética, muitos estão dispostos a quase tudo. Dietas extremas, jejum sem acompanhamento, uso indiscriminado de suplementos e substâncias ditas "milagrosas" fazem parte do novo receituário popular, que tem como principal fonte de referência vídeos virais e influenciadores fitness, muitos deles sem qualquer respaldo científico. A promessa de um corpo ideal, rápido e sem efeitos colaterais, vende-se facilmente em uma era de filtros e likes. E, enquanto o espelho sorri, o organismo grita silenciosamente.

O colesterol, ao contrário do que muitos pensam, não é um vilão absoluto. Ele é essencial para o funcionamento do corpo, participando da produção de hormônios, vitamina D e da estrutura das células. O problema está no desequilíbrio entre os tipos de colesterol, especialmente o aumento do LDL, o chamado "colesterol ruim", e a queda do HDL, o "bom". O uso de anabolizantes, modismos alimentares e produtos que prometem "secar gordura" podem alterar drasticamente esse equilíbrio, com consequências sérias para o coração e a saúde como um todo.