Por:

Um símbolo para o esporte nacional

No último sábado, o Brasil confirmou sua supremacia continental ao vencer a Colômbia na final da Copa América Feminina. Foi suado, foi nos pênaltis, foi no drama, mas foi mais uma conquista histórica: a nona em dez edições do torneio, sendo a quinta consecutiva. Em meio às comemorações e aos méritos coletivos da Seleção, é impossível não destacar a presença de um nome que transcende estatísticas e troféus: Marta.

Aos 39 anos, Marta continua sendo mais do que uma jogadora, é um símbolo de resistência, excelência e paixão pelo esporte. Em um país que historicamente relegou o futebol feminino ao esquecimento, ela construiu, com os próprios pés, uma carreira que hoje é incontestável. Melhor do mundo seis vezes, maior artilheira da história das Copas (entre homens e mulheres), e inspiração de gerações, Marta representa a síntese do que é ser atleta: técnica refinada, compromisso inabalável e uma competitividade que desafia o tempo.

A final contra a Colômbia foi um retrato claro de como o futebol feminino cresceu e se fortaleceu na América do Sul. O equilíbrio da partida e a necessidade dos pênaltis para definir a campeã mostram que o caminho rumo à valorização do futebol feminino está em curso. Mas, para que chegássemos até aqui, figuras como Marta foram fundamentais. Ela enfrentou preconceitos, falta de estrutura e desinteresse institucional durante boa parte da carreira, e mesmo assim nunca se acomodou. Ao contrário, construiu uma trajetória digna de Pelé, Ayrton Senna ou qualquer outro gigante do esporte brasileiro.

Mesmo que sua participação em campo seja menos frequente do que nos tempos áureos, Marta segue sendo diferenciada.